Imposto sobre as exportações do agronegócio

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Estava demorando… Daí vem a nível federal a proposta de cobrar (tributação extra) INSS das exportações do agronegócio para cobrir a bancarrota da previdência social (uma conta positiva hoje graças, exclusivamente, a competência da produtividade dos produtores, ao cliente chinês e ao Real desvalorizado).

A velha fórmula de pegar do curto prazo para empurrar com a barriga a causa originadora do fenômeno continua tentadora.

A incompetência e a corrupção, unidas, precisam ser destruídas com uma cajadada só… e essa pauta não significa agradar pessoas, e sim fazer o que tem que ser feito. Isso requer orçamento base zero e começar de novo, com mudanças estruturais para atacar a fonte do drama, ou do trauma, um déficit de 133.600 bilhões de reais da previdência. Questão de leis velhas e gestões incapazes, e covardia vitimizadora populista.

O Agronegócio brasileiro sofre de falta de investimentos no pós porteira das fazendas, com logística crítica e perambulante que ainda funciona graças a bravos gestores que “dão um jeito”, nas condições complicadas das estradas e portos (dá-lhe desperdício de dinheiro pagando por navios ancorados esperando para atracar).

Se o imposto sobre o agro fosse dedicado a atacar dramas da logística, armazenagem e planejamento agropecuário nacional, bem como reinvestimentos em pesquisa e defesa vegetal e animal, seria tido como investimento com retornos produtivos e positivos, além de estimular cooperativas, a única forma de levar sucesso a micros e pequenos produtores rurais.

Mas, para bancar a bancarrota esfarrapada de uma previdência, a mais cara do planeta e com imensas zonas de insatisfação e incompetência…a proposta esta em tirar dinheiro bom para apagar um incêndio que não vai parar de queimar, uma previdência insustentável.

O Agronegócio vai bem e precisa de investimentos para darmos o salto para 400 milhões de toneladas de grãos nos próximos 10 anos. Uma insensatez imposta no agro pra protelar o drama da previdência.

Que se ataque a incompetência, a corrupção e o que ficou fora de moda e dos tempos contemporâneos nessa questão. Isso sim tem que ter coragem pra encarar. Imposto no agro desencadeará aumento de custos e impactos no único setor que tem progredido nestes anos críticos do Brasil. Pois, grande parte do crédito rural vem hoje das próprias empresas exportadoras que fazem trocas de tecnologia por produção.

 José Luiz Tejon

Sócio Diretor da Biomarketing

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