O que formou o nevoeiro no Rio de Janeiro?

A cidade do Rio De Janeiro amanheceu sob nevoeiro nesta manhã de terça-feira, 22 de setembro. Esta condição meteorológica causou o cancelamento de alguns voos que tinham destino ao Aeroporto Santos Dumont. Ali e também no Aeroporto Antonio Carlos Jobim, os pousos e decolagens estão sendo realizados através de instrumentos. 

A formação deste nevoeiro se deve a um fenômeno conhecido como "inversão térmica". A radiação solar que chega até nós não aquece a atmosfera diretamente, mas sim aquece a superfície da Terra. O calor da superfície é então repassado para as camadas de ar logo acima, e assim o calor vai se propagando da superfície em direção ao alto da atmosfera. Por isso, em situações normais, a temperatura do ar vai diminuindo conforme nos elevamos na atmosfera. Mas na "inversão térmica", o ar de camadas superiores da atmosfera se torna mais quente do que o ar em superfície. Isso inibe o movimento vertical do ar, ajudando a manter o tempo mais estável. Esta situação acaba criando uma espécie de "tampão" na baixa atmosfera, concentrando poluentes e aerossóis e formando nevoeiros. A proximidade do mar também favorece, aumentando a umidade pela manhã.

A figura abaixo mostra a inversão térmica através da radiossondagem obtida no aeroporto do Galeão, nesta manhã de terça-feira. O destaque (círculo vermelho) mostra a variação de temperatura com a altura, representado pela linha preta, desde a superfície até cerca de 3 km de altura. Pode-se perceber que desde o solo até os primeiros metros da atmosfera, a temperatura decai, mas subitamente começa a subir, atingindo perto do nível de 900 hPa uma temperatura maior do que na própria superfície.

Neste momento, o aeroporto do Galeão reporta poucas nuvens, névoa seca e temperatura em elevação (27 graus). A visibilidade, que chegou a apenas 2000 m no começo da manhã, agora está em 5000 m.