Incêndios florestais devastam 130 mil hectares no Chile

24/01/2017 às 13:05
por Redação

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Área equivale a duas vezes a superfície da capital, Santiago.

Área equivale a duas vezes a superfície da capital, Santiago. Presidente Michelle Bachelet afirma que se trata do maior tragédia florestal da história do país e cancela participação em cúpula da Celac.



A presidente do Chile, Michelle Bachelet, cancelou sua participação na 5ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), sediada pela República Dominicana, para acompanhar a situação de emergência devido aos incêndios florestais que devastaram várias regiões do país. Os vastos incêndios são "o maior desastre florestal na história" do país, afirmou Bachelet.

 

Com as altas temperaturas, superiores a 35 graus no centro do Chile, os incêndios consumiram quase 130 mil hectares de vegetação, plantações, florestas e casas em sete regiões. A área equivale a duas vezes a superfície da capital, Santiago. Três bombeiros que combatiam o fogo morreram, assim como um número indeterminado de animais de criação.

De acordo com a Corporação Nacional Florestal (Conaf), dos 122 incêndios registrados, 64 estão sob controle, 46 estão sob combate e 12 foram extintos. Na cidade de Talca, situada 258 quilômetros ao sul da capital, Santiago, as autoridades locais ordenaram aos habitantes da localidade de Santa Olga que abandonassem suas casas. A medida afetou cerca de quatro mil pessoas.

O governo federal declarou estados de exceção e de catástrofe nas províncias de Colchagua e Cardenal Caro, na região O'Higgins; em Vichuquén, Cauquenes, Licantén e Hualañé, na região do Maule; e na comuna de Bulnes, na região do Bío-Bío. Também é mantido o estado de exceção de catástrofe na comuna de Valparaíso.

Nas regiões centrais de O'Higgins e El Maule, o fogo é considerado o pior dos últimos 50 anos. Soldados e dezenas de aviões também foram mobilizados para combater as chamas. O México e a Argentina responderam ao pedido internacional de ajuda lançado por Santiago, enviando bombeiros.

O porta-voz da Corporação Chilena da Madeira, Emilio Uribe, estimou na segunda-feira as perdas do setor em pelo menos 37 milhões de euros. Por seu lado, o presidente da Sociedade Nacional da Agricultura, Patrício Crespo, assinalou que o impacto dos fogos na pequena agricultura e no setor florestal vai ser muito forte.

Os fogos são comuns nas secas florestas chilenas durante o verão, muitos dos quais resultantes de atividade humana. Mas este ano a situação está pior devido a uma seca que já dura oito anos, o que é atribuído às alterações climáticas.


PV/efe/lusa/dpa