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30/08/2017 às 15:19
por Maria Clara Machado
Setembro vai começar muito seco por todo o interior do Brasil e os modelos meteorológicos indicam os maiores volumes de chuva concentrados nos extremos do país.
A primeira quinzena de setembro promete bastante chuva no Rio Grande do Sul e até no sul de Santa Catarina, resultado da passagem de duas frentes frias. A primeira frente fria, mais forte, já é esperada para o começo da semana que vem, entre os dias 3 e 4 de setembro. A segunda frente fria com potencial para chuva deve influenciar o Sul mais no final da primeira quinzena do mês, entre os dias 10 e 14 de setembro.
O litoral leste do Nordeste, entre a Bahia, Sergipe e Alagoas, será outra parte do Brasil beneficiada pela entrada de umidade e pancadas de chuva mais frequentes, que vão resultar em grandes acumulados no final da primeira quinzena.
Os volumes também serão altos, superando 100 mm no norte do Amazonas e em Roraima, mas toda parte sul da Região Norte vai continuar com pouca chuva pelo menos até o dia 15 de setembro.
O ar seco vai continuar impedindo a ocorrência de chuva sobre todo o Centro-Oeste, muitas áreas do interior e sertão do Nordeste, Tocantins, Minas Gerais, interior de São Paulo e o interior do Paraná.
Confira no mapa de chuva para os próximos 15 dias a distribuição da chuva no Brasil (modelo GFS):
Brasília já completou 100 dias sem chuva e expectativa é de que setembro ainda seja bem seco na região.
Saiba mais: Brasília completa 100 dias sem chuva
A expectativa para setembro é que algumas pancadas de chuva voltem a ocorrer na região, porém ainda de forma bem irregular. A chuva deve voltar com força e de forma mais bem distribuída apenas no mês de outubro.
Outra capital do Centro-Oeste que enfrenta estiagem prolongada é Goiânia, que vai completar três meses, junho, julho e agosto, sem nenhuma gota de chuva.
No modelo americano CFSv2 de acumulado de chuva para o mês de setembro (uma polegada corresponde a aproximadamente 25 mm de chuva). Como é possível obervar na região de Brasília a previsão indica acumulado inferior a 0,1 polegada de chuva, o que corresponde a aproximadamente 2,5 mm de chuva. A situação é semelhante em Goiânia.
No mapa abaixo, com estimativa de chuva para todo o mês de setembro, também é possível observar que grande parte de MT e do TO, sul do MA e do PI e no oeste da BA continuam praticamente sem chuva no próximo mês.
Palmas completa no dia 30 de agosto 107 dias sem chuva significativa. A última chuva com acumulados relevantes ocorreu no dia 13 de maio de 2017. "Historicamente setembro é um mês ainda com pouquíssima chuva para região, dessa forma a capital do Tocantins pode chegar a até 130 dias consecutivos sem chuva expressiva", explica a meteorologista Bianca Lobo.
Em áreas do sertão do Piauí a situação ainda é pior. Desde 2012 a regisão registra acumulados anuais de chuva abaixo da média .
Na estação do Instituto Nacional de Meteorolgia em São João do Piauí, a última chuva expressiva foi registrada no dia 04 de abril de 2017. Considerando o período até dia 30 de agosto, a região completa 147 dias sem chuva. Assim como para a região de Palmas, o retorno das chuvas só ocorre a partir do mês de outubro.
A previsão indica que as chuvas voltem a acontecer principalmente a partir da segunda quinzena de outubro. "Neste ano, não existe nenhum fenômeno que possa atrapalhar a ocorrência de precipitação na região, mas também não temos nada que ajude com a expectativa de que ocorra chuvas muito volumosas", completa a meteorologista Bianca Lobo. "Ou seja, mesmo com a expectativa do retorno das chuvas na época certa, ela não será o suficiente para resolver a situação crítica em que a região se encontra", afirma Lobo.
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