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A próxima conferência do Clima, a COP 23, acontece entre os dias 6 e 17 de novembro, na Alemanha. Será a primeira desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos. Quais novidades que o Brasil vai levar pra esse evento? Bom, parece que não são notícias muito boas.. dá uma olhada!
O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países na COP21, em 2015, com o objetivo de limitar o aquecimento global a apenas 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Sem esses esforços, a expectativa é que a temperatura possa aumentar até mais do que 4°C no pior cenário. Cada país definiu suas metas. A do Brasil propõe reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030.
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“O Acordo de Paris é o primeiro na história da humanidade em que todos os países, desenvolvidos, em desenvolvimento, enfim, não importa o perfil, assinam dizendo: estamos comprometidos a reduzir drasticamente as emissões dos gases que causam mudanças climáticas”, diz Pedro Telles, especialista em mudanças climáticas do Greenpeace.
Alfredo Sirikis, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas complementa: “A questão climática é muito, muito grave e do jeito que nós vamos realmente a gente está condenando as gerações futuras pra sucessivas tragédias e a grande questão em relação clima é saber se as consequências serão apenas graves ou se elas serão catastróficas”.
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A COP23
No Acordo de Paris os países definiram metas, mas que só devem começar a ser cobradas a partir de 2020. Então, qual que é o objetivo dessa COP23?
“A COP 23, ela entra no momento de regulamentação do acordo de Paris. Aquele rumo definido pelo acordo ele precisa ser objeto de regras para que os países, quando forem cumprir com seus compromissos, saibam como, o que eles tem que fazer, como eles devem reportar, por exemplo as políticas e medidas e ações que vão resultar em redução de emissões”, explica Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Donald Trump
É a primeira COP pós a eleição do Trump, será que isso pode mudar alguma coisa?
“Na prática, o anúncio de saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, ele só acontece de fato, no pós, em 2020, por regras da convenção (...) O que vai acontecer entre agora e 2020, é provavelmente os diplomatas americanos que participam da negociação, eles trazendo dificuldades pra mesa. Eles não têm interesse que ocorra o progresso necessário para que o Acordo de Paris seja um sucesso”, diz Rittl.
Telles acrescenta: “Vai ter impactos negativos, tem problemas, porém ele sozinho já não tem mais a capacidade de parar o avanço do assunto e o mundo vai continuar”.
Enquanto isso, no Brasil...
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Como Brasil está em relação às emissões de gases de efeito estufa?
“Se você olha aí os últimos 1, 2 anos em especial, você vê aí uma volta realmente com força do desmatamento, que é a principal fonte de emissões do Brasil, você olha os planos de energia para o próximos 10 anos, eles são planos que não estão ainda apontando com a força que tinham que apontar para as novas renováveis como solar e eólica, então o Brasil, apesar de geralmente levar um bom discurso para as COPs e se apresentar aí como um líder ambiental pelos nossos recursos e etc, na prática, recentemente tem decepcionado”, diz Telles.
“A gente tem uma série de retrocessos sendo negociados entre Governo e Congresso, em especial a bancada ruralista, flexibilização da legislação ambiental, redução de áreas protegidas, retirada de direitos de povos indígenas que, na verdade, tão nos levando na contramão do esforço que é necessário pra dizer: vamos cumprir com as nossas metas com tranquilidade”, diz Rittl.
“O mundo está caminhando pra uma economia de Baixo Carbono, que é essa economia das novas renováveis e etc, de uso de recursos de forma sustentável. E é isso que o mundo vai buscar daqui pra frente. Se o Brasil não se mexer, vai ficar para trás, na verdade”, completa Telles.
Apesar dos recentes retrocessos, em comparação com outros países, o Brasil reduziu bem suas emissões.
Alfredo Sikis alerta:
“O Brasil provavelmente foi o país que mais reduziu emissões de todos em função da queda espetacular que a gente teve no desmatamento naquele período entre 2004 e 2012, que foi o grande período de redução do desmatamento no Brasil... Então, acho até que o Brasil poderia com uma certa facilidade assumir no primeiro ciclo de revisão das NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada) uma meta mais ambiciosa, até porque é importante sempre ressaltar isso, se todos os NDCs de todos os países que assinaram o Acordo de Paris fossem religiosamente cumpridos, em 2030 nós chegaremos ainda com o nível de emissões 12 bilhões de toneladas de carbono acima daquilo que é o mínimo necessário para se tentar manter o aumento da temperatura média do planeta abaixo de 2 graus nesse século, isso pode significar um aumento de temperatura de entre mais ou menos 2.8 e 3.4 graus, o que é uma loucura se a gente pensar que até hoje, desde o início da era industrial, a temperatura já subiu 1° e a gente vive esse caos climático que todos os dias a gente percebe na televisão... furacões cada vez mais intensos e frequentes, queimadas e incêndios florestais, inundações... se já está assim com 1°C grau, agora imagina três...”
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