Boletim climático Agro – Primavera 2018

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Anomalia de chuva – Julho de 2018

 

O tempo foi super seco durante todo o mês em praticamente todo o Brasil. No Sudeste, Centro-Oeste e no Matopiba, a chuva já não era mesmo esperada. Mas o problema foi a falta de precipitações na maior parte da região Sul. Também não tivemos frio em Santa Catarina e no Paraná. As massas polares ficaram só pelo Rio Grande do Sul. 

 

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Anomalia de chuva – Agosto de 2018

 

A chuva que vinha irregular no Sul desde abril voltou em agosto, e uma frente fria bem formada levou chuva para o Sudeste, para o Centro-Oeste e até para o Matopiba. Animou muita gente, já que depois de uma grande estiagem, parecia que o período úmido poderia começar mais cedo. Mas a natureza não é tão simples assim. Falando de temperatura, agosto foi o mês mais frio do inverno, com massas polares mais intensas chegando até o Sudeste e Centro-Oeste, mas nada que pudesse ameaçar com geadas a cana ou café.

 

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Anomalia de chuva – Setembro 2018

 

A chuva continuou no Sul e no Sudeste. Duas frentes frias, uma no começo do mês e outra na semana passada, trouxeram umidade. Bom para diminuir o número de queimadas no interior do
país, mas insuficiente para umedecer o solo.

 

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Água disponível no solo em 25 de Setembro de 2018

 

O mapa abaixo mostra que apenas a região Sul tem umidade suficiente para o plantio de verão. As demais áreas ainda estão muito secas, já que a chuva de setembro ainda foi insuficiente.

 

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El Nino na Primavera? Quando teremos chuva suficiente para umedecer o solo para o plantio? 

 

Anomalia de chuva – 25/09 e 01/10/2018

 

A última semana de setembro ainda tem previsão de muita chuva no Rio Grande do Sul e na parte oeste de Santa Catarina e do Paraná. Chuva de verdade, que certamente vai atrapalhar os trabalhos
com o trigo, milho e soja. Tem alguma chuva prevista também para as outras áreas do Sul, em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, mas o volume não é grande. Os produtores devem ficar atentos, porque essa chuva não vai ter continuidade, não indica o início do período chuvoso e não chega a umedecer o solo de verdade. 

 

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Anomalia de chuva 02/10 e 08/10/2018

 

Na primeira semana de outubro a chuva diminui outra vez no Centro-Oeste e continua no Sul, mas com volume bem menor do que na semana anterior. Chove um pouco em São Paulo, em Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso, mas o volume é pequeno. Nas outras áreas do Sudeste e
no Matopiba não chove. A partir de agora é importante ter muito cuidado com a interpretação dos modelos numéricos. Como estamos na transição do frio e seco (inverno) para o quente e úmido (verão), a tendência é dos modelos indicarem mais chuva do que realmente vai acontecer. Um exemplo claro disso é o volume prometido para o Norte. Não dá mesmo pra confiar nisso.  

 

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Anomalia de chuva 09/10 e 15/10/2018

 

A mancha laranja, de chuva abaixo da média, cobre as principais áreas de cultivo do Sudeste, do Centro-Oeste, todo o Matopiba e o norte do Paraná. Em muitas áreas, é zero de chuva (e muito calor), em outras pode até ter uma pancadinha (PR, SP e MS), mas muito irregular, melhor não contar com ela. Nas outras áreas do Sul chove bastante.

 

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Anomalia de chuva 16/10 e 22/10/2018

 

Na terceira semana de outubro, o quadro ainda é de estiagem e muito calor nas principais áreas de cultivo. O solo vai ficando cada vez mais seco. Quem confiou na chuva de setembro para plantar pode ter dores de cabeça. Já no Sul, segue o tempo bem carregado, com chuvas e solo encharcado
(muitas vezes alagado). A indicação para a última semana de outubro não é muito diferente, com tempo bem seco e muito quente no Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba, e a permanência da chuva no Sul. Na primeira semana de novembro, o que muda é o Sul, que tem trégua da chuva e tempo mais seco. No Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba nada de umidade regular ainda. Tanta chuva no Sul em setembro e em outubro tem uma explicação: é o El Niño que está se aproximando. O Oceano Pacífico central está lentamente ficando mais quente que o normal, e a consequência mais clara é o aumento da chuva no Sul e a seca no Nordeste.   

 

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Por enquanto, o fenômeno ainda está em formação e até o final do ano ele estará em sua plena forma. Mas o Pacífico se aquecendo já traz as anomalias climáticas para o Brasil, e uma delas é o atraso do período úmido. Por isso, tanta atenção com a chuva de setembro na região central do país, já que ela não deve ter continuidade. Em meados de novembro tudo se normaliza. Exceto pelo Sul, que fica sempre acima da média, e pelo Nordeste e Tocantins, que ficam abaixo. No Sudeste e no Centro-Oeste a principal característica do El Niño é trazer mais calor que o normal, e com isso a chuva perde qualidade porque ela cai mais na forma de pancadas isoladas, que podem ser fortes, mas se não caem no lugar certo a água é perdida. Além de provocar estragos por serem bem concentradas.  

 

Anomalia de Precipitação 

 

Novembro de 2018 – A chuva demora a chegar, mas na segunda quinzena teremos boas pancadas
no centro-sul de São Paulo e no sul e leste de Mato Grosso do Sul. O Sul continua acima da média, e as outras áreas têm chuva bem irregular. O mapa aparece bem alaranjado, abaixo da média, mas é preciso lembrar que a média de novembro já não é tão baixa assim. Ou seja, chove na segunda quinzena, mas não o normal de novembro, e de forma muito pontual.

 

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Dezembro 2018 – O El Niño já deve estar se estabelecendo de fato e o tempo segue mais seco e
mais quente que o normal em grande parte do país. Como em novembro, as áreas em laranja têm chuva, mas ela fica abaixo da média. Não é uma situação tão complicada assim quanto parece,
já que a chuva que cai é suficiente para manter as culturas instaladas. Só não há excedentes e nem regularidade. A boa notícia é que chove no Matopiba. Já a má é que o Rio Grande do Sul segue encharcado. 

 

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E o verão? 

 

Anomalia de Precipitação 2019

 

Em janeiro, a chuva fica na média em quase todas as áreas de cultivo, com exceção do Matopiba, que tem um pouco menos chuva que a média. As condições são boas para
as lavouras. 

 

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Em fevereiro há previsão de veranico, com um grande bloqueio atmosférico. A expectativa é de cerca de 15 dias com quase nenhuma chuva no centro-norte do Brasil e muito, muito calor. Bom para colheita, mas não tão bom para os tratos culturais, e para o início de desenvolvimento da segunda
safra que já estiver plantada. A chuva volta no fim do mês.

 

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Em março chove de acordo com a normalidade, sem grandes sobressaltos. 

 

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Patricia Diehl Madeira Meteorologista da Climatempo

 

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