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Nave coletará amostras do asteroide Bennu, descoberto em 1999 e que ameaça colidir com a Terra no futuro. Viagem até o corpo celeste durou dois anos.
Depois de dois anos no espaço, a sonda Osiris-Rex da Nasa chegou nesta segunda-feira (03/12) ao seu destino: o asteroide Bennu. A missão tem com objetivo recolher amostras do de corpo rochoso.
A chegada de Osiris-Rex a Bennu foi saudada com aplausos no centro de controle da Nasa. "Nós chegamos", anunciou o engenheiro Javier Cerna.
A sonda chegou a 19 quilômetros do asteroide com formato de diamante e continuará se aproximando até 31 de dezembro, quando entrará na órbita do Bennu. Nenhuma outra espaçonave orbitou um corpo celeste tão pequeno quanto o asteroide.
Descoberto em 1999 e localizado a 130 milhões de quilômetros da Terra, Bennu, que tem cerca de 500 metros de diâmetro, é conhecido por ser rico em carbono, um composto básico para a vida. Cientistas acreditam que a amostra do asteroide possa conter evidências sobre o início do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos.
Sonda deve chegar ao ponto mais próximo do asteroide em 31 de dezembro
A sonda deve sobrevoar o asteroide por um ano. Nesse período, a Osiris-Rex estudará o corpo rochoso com o objetivo de selecionar um local seguro e cientificamente interessante para recolher em 2020, com o auxílio de um braço robótico, um fragmento de rocha.
O braço robótico, que tem pouco mais de três metros de comprimento, tocará a superfície do asteroide durante cerca de cinco segundos, tempo em que será provocada uma explosão de gás nitrogênio, que causará oscilações na superfície, permitindo a coleta de fragmentos de rocha. Ao todo, só poderão ser feitas três tentativas de coleta.
O pedaço de asteroide, de pelo menos 60 gramas, chegará à Terra dentro de uma cápsula que irá se separar da sonda e está equipada com um escudo térmico e um paraquedas. O retorno da sonda à Terra está previsto para 2023.
Além da Nasa, o Japão trabalha atualmente num projeto semelhante. Desde junho, uma sonda desenvolvida no país está próxima ao asteroide Ryugu, que tem o dobro do tamanho de Bennu. A missão deve retornar à Terra, porém, com amostras bem menores do que a prometida pela Osiris-Rex. Essa é a segunda viagem japonesa a um asteroide. A primeira rendeu partículas minúsculas desse tipo de corpo rochoso.
Tanto Bennu quanto Ryugu são considerados asteroides potencialmente perigosos, ou seja, que poderiam colidir com a Terra. Segundo cientistas, quanto mais esses corpos rochosos forem estudados, melhor o planeta pode se preparar para evitar uma catástrofe.
A missão Osiris-Rex custou 800 milhões de dólares. A sonda foi lançada em 2016 de Cabo Canaveral, na Flórida.
CN/lusa/afp/ap