Dia de Campo revela potencial da citricultura irrigada em SP

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Nos últimos anos, aspectos sociais e culturais ocorridos no país resultaram em aumento, da participação da mulher no mercado de trabalho. De fato, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelam que, entre 2002 e 2015, a Taxa de Participação Feminina na Força de Trabalho (TPFT) cresceu aproximadamente 3 pontos percentuais, chegando a 40% em 2015.

 

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, elaborou uma pesquisa, visando avaliar os principais aspectos referentes à atuação da mulher no mercado de trabalho do agronegócio brasileiro. Os dados revelam que entre 2004 e 2015,  o total de mulheres trabalhando no agronegócio aumentou 8,3%. Diante desse cenário, a participação da mulher no mercado de trabalho do agronegócio cresceu consistentemente entre 2004 e 2015, passando de 24,11% para 27,97%.

 

Na última sexta-feira, um grupo de mulheres ligadas ao Agronegócio no Brasil se reuniram na cidade de Tapapuã, aproximadamente 450km da capital paulista para um Dia de Campo, na Fazenda Água Milagrosa, confirmando a estatística de que a participação e o interesse da mulher na gestão do  campo aumenta a cada ano. O objetivo do encontro realizado em Tabapuã, tinha como ponto principal discutir o crescimento do trabalho da mulher no Agronegócio brasileiro e aprender um pouco mais sobre o manejo dos citros e da cana de açucar.

 

Foto: Angela Ruiz – Tabapuã – SP – Pomares de laranja, Fazenda Água Milagrosa

    

O encontro organizado pelo Grupo Junqueira Rodas, contou com a recepção da pecuarista e produtora rural Sarita Junqueira Rodas, CEO do Grupo. Temas como crescimento e desenvolvimento pessoal, sororidade, sucessão e governança familiar na gestão dos negócios foram debatidos ao longo do encontro.

 

Durante a programação do Dia de Campo, o grupo de mulheres contaram com minicursos sobre manejo de solo e de cana, citricultura, irrigação e microaspersão e visita aos pomares e canaviais, ministrados pelo agrônomo Rodrigo Rodas Lemo, do Grupo Junqueira Rodas.

 

Citricultura irrigada 

 

Dentro da distribuição geográfica da área do estado de São Paulo, o Grupo Junqueira Rodas, possui 11 fazendas com produção representativa de laranja e cana de açucar que abastece a indústria paulista. Ao todo são 4269 hectares de citros e 3.861 de cana.

 

Referência nacional em citricultura irrigada o Grupo possui mais de 4 mil hectares dedicados a laranja. Para se ter uma ideia, são 490 árvores por hectare, ou seja, mais de dois milhões de árvores com uma média de idade de 7,9 anos.

 

O ciclo produtivo é de 93% das árvores de citros em produção e 7% em formação. Com relação a a fase de desenvolvimento/maturação da laranja produzida 12% são precoces, 35% meia estação e 53% tardia. A expectativa de safra  2019/2020 é animadora. Ao todo, 5 milhões de caixas de 40,8kg devem chegar a indústria.  

 

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Foto: Angela Ruiz – pé de laranja da Fazenda Água Milagrosa – Tabapuã- SP

 

Durante a visita ao pomar, o que chama a atenção é a qualidade da laranja apresentada no pé. De acordo com o engenheiro agrônomo Rodrigo Lemo, a importância da qualidade do fruto começa no plantio de mudas sadias, com viveiro próprio ( mais 200.000 mudas/ano), controle de pureza e material original. 

 

O processo de preparo, manejo e fertilidade do solo, plantio, controle de pragas e doenças seguem padrões rígidos com inspeções em campo. Como a área de citros é 100% irrigada, é realizado um controle climatológico e tensiométrico. Existe um controle da temperatura do solo para não causar estresse a árvore e ao fruto. Veja o relato do agrônomo no vídeo abaixo:

 

 

Cana de açucar

 

O ciclo da fase da cana é de 80% em produção 20% em reforma. Com relação a a fase de maturação da cana de açucar produzida pelo Grupo 60% são precoces, 30% média e 10% tardia. A expectativa de safra  2019/2020 é de 219 mil toneladas.   

 

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Foto: Angela Ruiz – plantação de cana – Fazenda Água Milagrosa – Tabapuã- SP

  

Durante a visita ao canavial,  Rodrigo Lemo, falou sobre o trabalho que é desenvolvido no campo com relação ao manejo, tratos culturais e a parceria com a indústria canavieira. Explicou sobre a origem das mudas que possuem viveiros próprios e mpb, controle de doenças, análise de produtividade por corte. “Está em estudo também a implementação de um projeto de irrigação, mas data definida”, comenta o agrônomo.     

 

O que diz o meteorologista

 

De acordo com a meteorologista da Climatempo, Graziella Gonçalves, neste mês de julho, as temperaturas de um forma geral, continuam em média mais baixas na região produtora de citros do estado de São Paulo. É o mês mais frio do Inverno com a entrada de ar polar sobre o interior do estado. 

 

Em Agosto, a tendência é de aquecimento com muito menos dias frios no decorrer do mês. As chuvas serão irregulares. Em Setembro, segue a tendência de temperaturas mais altas. 

 

Viu só, como é tão importante você saber como é produzida com sustentabilidade a laranja que chega a sua mesa em forma de suco. Acompanhe outras notícias no Agroclima

 

Matéria produzida por Angela Ruiz