Alemanha integrará aliança para abandonar energia a carvão

23/09/2019 às 08:32
por Redação

Atualizado 23/09/2019 às 08:42

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PPCA reúne 30 governos visando uma transição energética para longe dos combustíveis fósseis. País quer unir-se ao grupo

A ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze, anunciou que seu país se unirá à Powering Past Coal Alliance (PPCA, literalmente: Aliança de energia para além do carvão), na esteira das grandes manifestações pelo Clima da sexta-feira, por todo o mundo, parte do movimento Greve pelo Futuro iniciado pela jovem ativista sueca Greta Thunberg.

 

"O abandono do carvão mineral é um pilar central da proteção global do clima", e o conjunto de resoluções aprovado pela coalizão de governo da Alemanha prova que o país está "oficialmente" comprometido em terminar sua dependência do combustível fóssil, disse Schulze.

 

A ministra referia-se ao pacote de medidas anunciado na sexta-feira pela chanceler federal Angela Merkel, totalizando investimentos de mais de 54 bilhões de euros, com o fim de reduzir até o ano 2030 as emissões de gases-estufa em 55%, em relação ao níveis de 1990.

 

"Com isso, podemos finalmente integrar a aliança dos países que estão abandonando o carvão", declarou a chefe da pasta ambiental ao grupo de mídia Funke Mediengruppe neste domingo (22/09), véspera da cúpula do clima da Organização das Nações Unidas.

 

A PPCA foi fundada em 2017, reunindo 30 governos nacionais com os objetivos de sustar a construção de novas usinas movidas a carvão, encerrar o financiamento internacional para o combustível e se ater às metas do Acordo Climático de Paris.

 

"Quando um grande país industrial como a Alemanha se distancia da energia nuclear e a carvão, e avança, passo a passo, na direção de suprir todas as suas necessidades energéticas com fontes renováveis, ele está emitindo um poderoso sinal a outras partes do mundo", afirmou Schulze.

 

A Alemanha planeja fechar todas as suas usinas a carvão mineral até 2038. A iniciativa da democrata-cristã Merkel e seu gabinete para enfrentar a mudança climática com medidas mais decididas provocou críticas tanto de líderes empresariais quanto de grupos ambientalistas. Para estes últimos, ela é fragmentária demais e seu alcance será restrito.

 

Falando à agência de notícias DPA, Michael Vassiliadis, presidente do sindicato IG BCE, que representa os setores de mineração, química e energia, igualmente mostrou-se cético: "Pode ser um passo em direção à proteção do clima, mas caberá ver quão grande, quão caro e que impacto real terá."

 

O chefe da Chancelaria Federal, Helge Braun, rebateu, alegando ser necessário assegurar uma transição efetiva para uma economia livre de CO2. "Queremos que todos mudem seu comportamento, para agirem de modo mais propício ao clima. Mas queremos que o façam voluntariamente, e também queremos uma transição bem gerida."