Derramamento de óleo no Nordeste acende alerta para a saúde

08/11/2019 às 10:49
por Redação

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Cuidados com a pele devem ser tomadas, alerta a Sociedade Brasileira de Dermatologia

O recente desastre, registrado na costa brasileira, com milhares de toneladas de óleo cru chegando às praias do Nordeste, causou comoção. Em decorrência, muitos voluntários têm trabalhado na remoção do material que chega às praias. Entretanto, deve haver uma atenção especial com o manuseio do produto. O trabalho deve ser realizado de maneira apropriada.

 

Deve se evitar que os grupos entrem em contato com o óleo sem proteção adequada e, em muitos casos, com impregnação da pele. Importante salientar que o petróleo (ou óleo cru) é constituído por compostos químicos com diferentes toxicidades que podem causar danos à saúde, como tolueno, xileno, benzeno e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos.

 

Esses danos compreendem efeitos em diferentes órgãos e sistemas do corpo humano, como hematopoiéticos, hepáticos, renais e pulmonares, além de alterações do humor e, funções cognitivas.

 

Para minimizar os riscos de problemas à saúde, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) preparou esse documento, que agrega orientações aos que estão envolvidos no processo de limpeza das praias ou que, acidentalmente, coloquem a pele em contato com petróleo. Certamente, essas recomendações serão úteis aos moradores e voluntários das regiões afetadas:

 

Como se preparar para atuar nas ações de limpeza das praias?

 

1 - Se houver a necessidade de contato com o óleo derramado nas praias, utilize equipamentos de proteção, como óculos, luvas e roupas que cobrem membros superiores e inferiores (mangas compridas e calças).

 

2 - As luvas mais apropriadas são as de nitrila ao invés das de borracha, pois apresentam melhor proteção contra óleos, graxas e petróleo.  A lavagem imediata após o contato é importante, embora nessas situações nem sempre seja possível.

 

O que fazer se sua pele entrar em contato com o óleo cru?

 

1- Caso, mesmo com uso de roupas adequadas, ocorra o contato, a pele deve ser lavada com água e sabão.

 

2- A aplicação de óleos para bebês, geleia de vaselina ou até pastas utilizadas por metalúrgicos para remover óleos e graxas facilita a remoção dos resquícios de óleo.

 

3- Após a remoção, a aplicação de cremes ou loções hidratantes é importante para melhorar as condições da pele.

 

4- Não tente retirar o óleo com o uso de solventes (aguarrás, thinner, óleo diesel, querosene ou gasolina). O contato com esses produtos aumenta o processo irritativo, piorando a dermatite de contato.

 

Quais as medidas de prevenção para moradores ou turistas que estão nas regiões afetadas pelo derramamento?

 

1- Evite o contato direto com o óleo, especialmente gestantes e crianças.

 

2- Observe as orientações da vigilância sanitária para o consumo de alimentos, como peixes e mariscos, provenientes das áreas afetadas.

 

3- Não inale vapores gerados pelo óleo.

 

4- Use protetor solar de amplo espectro, com FPS de no mínimo 30.

 

Em caso de exposição e/ou contato com o óleo cru, quais os sintomas comuns?

 

1- Sintomas respiratórios, como: irritação e dor de garganta, tosse, respiração mais difícil e coriza

 

2- Irritação e dor nos olhos, coceira e olhos vermelhos

 

3- Dor de cabeça, pele irritada e vermelha, náusea, tonturas, fadiga, ferimentos e traumas

 

ATENÇÃO: a pele, quando acometida, apresenta processos irritativos, com eritema nas áreas de contato, evento conhecido como dermatite de contato, sendo a forma irritativa mais comum. Esses efeitos pioram se a pele permanecer exposta ao Sol, podendo causar queimaduras solares.

 

Em caso de dúvida, o Ministério da Saúde pede que o paciente entre em contato com o Centro de Informações Toxicológicas pelo telefone 08007226001 e procure ajuda médica