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Imagem: Getty Images
Autor: Marcely Sondermann - Meteorologista - Especialista em Clima no setor Elétrico
O El Niño é um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico tropical e tem impactos significativos em todo o mundo, incluindo o Nordeste brasileiro, influenciando diretamente no setor elétrico.
Um dos principais impactos do El Niño no Nordeste é o comportamento das chuvas. Durante esse fenômeno, a chuva fica irregular e abaixo da média. Isso afeta a disponibilidade de água para consumo, a agricultura e até a nossa eletricidade, que vem, em grande parte, das hidrelétricas. Quando chove pouco, os reservatórios de água ficam vazios, o que diminui a capacidade de gerar energia elétrica.
Além disso, o El Niño traz um calor intenso. Isso faz com que a população utilize mais os aparelhos de ar-condicionado e refrigeração. Essa demanda extra de energia pode sobrecarregar o sistema elétrico, causando apagões e problemas nas redes de distribuição.
Por outro lado, o Nordeste é marcado pela presença de ventos intensos ao longo de todo o ano. Essa região tem se tornado um polo importante na produção de energia limpa e renovável. Vários parques eólicos têm sido construídos em estados como Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará. Isso aumentou muito a nossa capacidade de gerar energia eólica, gerada a partir do vento, o que é bom para o meio ambiente, pois diminui a nossa dependência de fontes de energia poluentes.
Apesar disso, a energia eólica também tem seus desafios. O comportamento dos ventos varia mês após mês, e isso afeta a quantidade de energia que podemos gerar. Durante episódios de El Niño, os ventos costumam ficar mais fortes, o que é ótimo para a geração de energia eólica.
Em resumo, o El Niño tem um grande impacto no Nordeste, afetando o comportamento das chuvas, das temperaturas e dos ventos, que estão completamente associados ao setor elétrico. Ele traz desafios para a gestão da água e da energia, mas também oferece oportunidades para a energia eólica. Por isso, é importante pensarmos em diferentes fontes de energia e em como nos adaptar para lidar com os efeitos do El Niño. Assim, podemos construir um futuro mais sustentável e resiliente para o Nordeste brasileiro.
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