Imagens e Notícias dos usuários sobre: Seca inexplicável 18/01/2019

Desde meados da década passada, ocorrências de ZCAS, chuvas constantes e raios, que antes eram rotina no final de primavera e verão na região dos vales dos rios Doce e Jequitinhonha, cedem espaço para longos dias de muito sol, calor desagradável e tempo seco, reduzindo o armazenamento hídrico necessário para se enfrentar a estação seca normal, compreendida pelos meses do outono e inverno. Nesse novo padrão, ocasionalmente quando menos se espera chove a média de dois meses em menos de uma semana, amenizando o quadro durante algum tempo, como ocorreu em fevereiro de 2018. Esse foi um mês de chuva generalizada e muito acima da média nessas áreas - concentrada basicamente, como de praxe, em menos de 10 dias -, no entanto pausas favoráveis como essa sempre vem sucedidas por um período ainda maior de chuvas irregulares e abaixo da média. Municípios onde a água era garantida por nascentes em abundância, abastecidas por vastos aquíferos e reservatórios naturais subterrâneos que por sua vez se alimentam da infiltração da água das chuvas, agora vivem sob o risco de racionamento e rodízios devido à redução do armazenamento dos corpos hídricos. A recuperação momentânea só vem com fortes tempestades que causam problemas como enchentes e deslizamentos, mas são seguidas de mais estiagem e secura. Enquanto isso, a grande mídia está mais preocupada em instigar e propagar polêmicas prolixas em seu país já devastado por longas turbulências políticas, sociais e econômicas e a ela pouco importa noticiar algo novo e que esteja longe dos assuntos repetitivos e modistas. As organizações meteorológicas, por sua vez, parecem não demonstrar esforços para explicar essas alterações climáticas; pouco ou praticamente nada se vê a respeito. Ao mesmo tempo em que os meios de comunicação mergulham cada vez mais fundo na falta de assunto, mais de 2,5 milhões de habitantes (norte+leste mineiro) estão condenados, ao que tudo indica, a acompanhar o nascimento de um deserto ao redor de suas casas e à mercê dessa insipiência.