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Renováveis estão mantendo meta de Paris viva

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A meta do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento médio do planeta a 1,5 ̊C, está ficando fora do alcance porque as emissões de gases que aquecem a Terra continuam subindo. Somente no setor de energia atingiram um novo recorde de 37 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em 2022, 1% acima do nível pré-pandêmico. 

 

Mas há um motivo para ter esperança: a eletricidade do sol e do vento está substituindo termelétricas fósseis de maneira muito rápida e em todo o mundo.

 

 

Renováveis estão mantendo meta de Paris viva (Foto: Getty Images)

 

 

Essa é a principal mensagem da Agência Internacional de Energia (AIE), em relatório divulgado no fim de setembro de 2023, com a atualização do roteiro para um mundo de emissões zero líquidas – o chamado Net Zero. Este documento estabelece parâmetros para que o mundo deixe de gerar emissões de gases de efeito estufa, como o CO2, até a metade deste século, evitando assim um colapso climático

 

"Para manter viva a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 ̊C, é necessário que o mundo se una rapidamente. A boa notícia é que sabemos o que precisamos fazer - e como fazer. Nosso Mapa do Caminho para o Zero Líquido de 2023, baseado nos dados e análises mais recentes, mostra um caminho a seguir", explica Fatih Birol, diretor executivo da AIE. 


Os combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás natural – são os principais causadores do aquecimento que está mudando o Clima planetário, derretendo geleiras e agravando eventos meteorológicos, como ondas de calor e tempestades. O setor de energia, incluindo transporte, responde por quase 70% das emissões globais de gases de efeito estufa, com o restante vindo principalmente da mudança do uso do solo, como o desmatamento e queimadas.  


Segundo a agência, a velocidade da implantação das energias renováveis já permite estimar que a demanda por combustíveis fósseis atingirá seu pico ainda nesta década, com declínio de 25% até 2030 no cenário Net Zero projetado pela AIE. Com isso, a AIE reafirma que novos investimentos em combustíveis fósseis, como petróleo, gás ou carvão são desnecessários para atender a demanda projetada. 

 

Além de favorecer o clima, a troca de energia suja por renovável permitirá que os países pobres e de renda média economizem até 12% nos gastos domésticos com energia. Isso porque sol e vento são de graça, enquanto gás, diesel e carvão termelétricas seguem preços internacionais. Nos países ricos, a substituição de energia suja gerará economia será ainda maior. 


Outra razão para a queda na demanda por combustíveis fósseis nesta década está na aceleração da eletrificação do transporte. Nos países ricos e na China, a venda de carros elétricos está em linha com o cenário Net Zero, diz a Agência.

Neste cenário, até 2035, as emissões precisam ser reduzidas em 80% nas economias avançadas e 60% nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento em comparação com o nível de 2022.

 

"A remoção do carbono da atmosfera é muito cara. Precisamos fazer todo o possível para parar de colocá-lo lá em primeiro lugar", disse Birol. "Com o ímpeto internacional se fortalecendo por trás das principais metas globais, como triplicar a capacidade renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, o que, em conjunto, levaria a um declínio mais forte na demanda de combustíveis fósseis nesta década, a cúpula climática da COP28 em Dubai é uma oportunidade vital para se comprometer com uma ambição e uma implementação mais fortes nos anos restantes desta década crítica."


"Esse novo relatório é claro: o único caminho a seguir no setor de energia é o desenvolvimento de energias renováveis, eficiência e eletrificação. Não são necessários novos campos de petróleo ou gás ou minas de carvão”, disse Laurence Tubiana, CEO da European Climate Foundation, embaixadora aposentada da França e uma das principais formuladoras do Acordo de Paris, em 2015. “Em Dubai, a presidência da COP terá que mostrar como é a liderança pós-combustível fóssil."

 

 

 

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