A sexta-feira (1º) marca a continuidade de um padrão bem típico do inverno brasileiro: o predomínio do tempo seco sobre grande parte do interior do país. O cenário, que se estende para o fim de semana, traz dois destaques principais — a queda acentuada da umidade relativa do ar e a elevação gradual das temperaturas, especialmente nas áreas centrais do Brasil.
Entre as capitais mais afetadas pelo calor, Cuiabá chama a atenção com previsão de máxima de 38 °C nesta sexta-feira, valores bem acima da média para o período. A combinação de calor e baixa umidade aumenta o desconforto térmico e acende o alerta para cuidados com a saúde, como hidratação frequente e evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
Níveis críticos de umidade no interior
As medições desta semana já evidenciaram o agravamento do tempo seco. Na quarta-feira (30), cidades de Minas Gerais e Goiás lideraram o ranking das menores umidades do país, com destaque para Monte Verde (MG) e Sete Lagoas (MG), que registraram 8% — valor extremamente crítico e próximo do limite considerado perigoso pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta para riscos respiratórios e cardiovasculares quando a umidade cai abaixo de 20%.
Outras cidades mineiras como Sacramento, Uberlândia e Uberaba também tiveram índices próximos de 10%, reforçando o cenário preocupante. Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins aparecem em seguida na lista, evidenciando que a área crítica se estende por boa parte da região central do Brasil.
Previsão para sexta-feira e fim de semana
Para esta sexta-feira, a situação deve se repetir. O mapa de risco mostra ampla área em amarelo, indicando umidade abaixo de 30% nos horários mais quentes do dia em grande parte do Centro-Oeste, interior do Sudeste e parte do Norte e Nordeste.

Figura 1- Mapa de risco para umidade nesta sexta-feira 01 de agosto de 2025. Fonte: Climatempo
Já as áreas em vermelho, que incluem Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, noroeste de São Paulo e Triângulo Mineiro, entram em alerta máximo: a umidade deve cair para abaixo de 20%, com risco maior de incêndios florestais e problemas respiratórios.
Além do ar seco, o calor também será destaque. As temperaturas voltam a subir de maneira expressiva, especialmente no interior de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Em Cuiabá, os termômetros podem chegar aos 38 °C, enquanto em cidades do interior paulista e mineiro as máximas devem superar os 30 °C.
Altas temperaturas nas capitais
As capitais do Centro-Oeste são as que mais sentem esse aumento de calor. Em Cuiabá, as máximas devem variar entre 36 °C e 38 °C ao longo do fim de semana, com mínimas que não passam de 22 °C. Goiânia apresenta máximas entre 27 °C e 31 °C e mínimas que podem chegar a 14 °C, enquanto Brasília deve registrar máximas entre 24 °C e 28 °C e mínimas próximas de 11 °C, evidenciando forte amplitude térmica. Campo Grande também acompanha o padrão de calor seco, com máximas próximas de 33 °C. Esse cenário de altas temperaturas aliado ao ar seco intensifica a evaporação e agrava a perda de umidade do solo e da vegetação, tornando o ambiente ainda mais propício para queimadas e desconforto térmico.
Por que o tempo está tão seco?
O bloqueio atmosférico provocado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) é o principal responsável por este cenário. Durante o inverno, este sistema de alta pressão se intensifica e se expande sobre o interior do Brasil, mantendo o céu limpo e dificultando a formação de nuvens e chuvas.
Com a ausência de precipitação, o solo perde umidade rapidamente e a vegetação seca, o que contribui para quedas ainda mais acentuadas da umidade relativa do ar. O resultado é um ciclo de dias ensolarados e secos, com grande amplitude térmica: manhãs mais frias e tardes muito quentes, cenário típico da estação.