Pelo meteorologista César Soares
A irregularidade das chuvas em 2025 já impacta diversos setores no país, e São Paulo volta a acender o alerta para a falta d’água. Segundo dados da Sabesp, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM), responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, atingiu 29,9% de sua capacidade em 7 de outubro de 2025, o menor índice desde o fim da crise hídrica de 2016.
Com a queda nos níveis dos reservatórios, a redução na pressão da água foi ampliada por mais duas horas diárias como medida para conter o consumo excessivo. A tendência de declínio persiste: em 16 de outubro, o volume armazenado já havia recuado para 29,4%.
Apesar da situação crítica, a Sabesp afirma que não há risco imediato de desabastecimento, graças à interligação entre os principais sistemas que compõem o SIM. No entanto, a empresa reconhece que a chuva irregular de 2025 comprometeu significativamente o armazenamento nos mananciais.
O Sistema Cantareira, principal responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo, registrou chuva acima da média apenas em abril, com 128 mm, frente à média histórica de 79 mm para o mês. Desde então, os acumulados de precipitação vêm ficando abaixo do esperado.
Previsão indica aumento das chuvas, mas recuperação será lenta
A reversão desse cenário depende da retomada da chuva frequente e abrangente nas áreas de captação. De acordo com o meteorologista Vinicius Lucyrio, a tendência climática aponta para chuvas acima da média até dezembro nas regiões de mananciais do Sudeste.
Toda a chuva nas áreas de captação é bem-vinda, e a previsão climática indica precipitações acima da média em boa parte da Região Sudeste. No entanto, ainda será preciso um volume considerável de chuva para compensar o déficit acumulado em 2025, explica Lucyrio.
Com o avanço da estação chuvosa, o monitoramento dos sistemas e o uso consciente da água seguem fundamentais para evitar novos episódios de escassez.