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Corpos de nove pessoas de duas famílias, entre elas três crianças, são retirados de uma mesma casa inundada na Sicília. Outros três morrem em consequência das tempestades na ilha. Número de mortos chega a 30 no país.
As tempestades que têm atingido diversas regiões da Itália mataram ao menos 12 pessoas na ilha da Sicília na madrugada deste domingo (04/11), sendo nove delas numa mesma casa, elevando para mais de 30 o número de mortos por conta do mau tempo ao longo da última semana.
Entre as vítimas deste domingo estão duas pessoas que tiveram seu carro atingido por um deslizamento de terra próximo à cidade de Agrigento, no sudoeste da ilha.
Na região em torno de Palermo, capital da Sicília, chuvas torrenciais provocaram deslizamentos de terra e inundações levando à morte de outras dez pessoas. Um porta-voz da prefeitura informou que forças de resgate buscam também por desaparecidos.
Entre os mortos nas proximidades de Palermo estão nove pessoas de duas famílias cujos corpos foram encontrados numa mesma casa na comuna de Casteldaccia. A residência está localizada ao lado de um rio que inundou devido às fortes chuvas.
As vítimas incluíram duas crianças de 1 e 3 anos e um adolescente de 15 anos. Três membros das famílias conseguiram escapar da enchente, um deles subindo em uma árvore.
"Eu perdi tudo, não tenho mais nada, apenas minha filha", afirmou a jornalistas um dos sobreviventes, Giuseppe Giordano. Sua esposa, dois outros filhos, seus pais, seu irmão e sua irmã estavam entre os mortos na casa de Casteldaccia.
Autoridades abriram uma investigação para determinar se as residências construídas perto do rio cumpriam as normas legais de segurança.
A décima morte na região de Palermo foi de um homem de 44 anos, encontrado morto em seu carro perto de Vicari. Ele tentava chegar a uma estação de serviço para ajudar um colega preso no local. Um passageiro que estava no carro segue desaparecido.
Tropas foram mobilizadas para verificar a condição das principais rodovias da Sicília neste domingo. Ao longo da semana, o mau tempo obrigou o fechamento de muitas estradas na ilha do sul da Itália, bem como a suspensão de linhas ferroviárias. Além disso, prefeitos ordenaram o fechamento de escolas, parques públicos e passagens subterrâneas.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, sobrevoou as zonas atingidas pela inundação na Sicília neste domingo e fez uma visita a Palermo, onde estava previsto um encontro com autoridades locais e com familiares das vítimas. "O governo está empenhado ao máximo em dar apoio às populações das zonas atingidas pelo mau tempo", escreveu ele no Facebook.
Em coletiva de imprensa mais tarde, Conte afirmou que o governo italiano, formado pelo partido antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S) e pela Liga, de extrema direita, vai avaliar na próxima semana se declara estado de emergência nas regiões que o solicitaram.
Após essa decisão, "as medidas necessárias serão adotadas, e os primeiros recursos financeiros serão mobilizados para enfrentar essa situação de emergência", afirmou o premiê. Ele antecipou ainda que o governo deve trabalhar para desenvolver um plano de modernização do sistema de infraestrutura do país, mas não deu mais detalhes sobre como isso será feito.
As tempestades não afetam somente a Sicília. O Departamento de Proteção Civil da Itália informou neste domingo que seis regiões permanecem em alerta laranja pelas chuvas: Vêneto, Friul-Veneza Júlia e Emilia-Romagna, no norte do país, e Calábria, Sicília e Sardenha, no sul.
Também neste domingo, o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, visitou a região do Vêneto, no nordeste do país – uma das áreas que, ao lado da Ligúria, mais sofreu danos após uma semana de chuvas incessantes, causando mortes, queda de árvores e a inundação de várias ruas em Veneza.
Salvini declarou que o governo vai mobilizar ao menos 250 milhões de euros para ajudar as regiões afetadas, mas prometeu pleitear a favor de mais verbas, afirmando serem necessários "cerca de 40 bilhões de euros para proteger o território nacional".
Após sobrevoar a região com Salvini, o governador do Vêneto, Luca Zaia, afirmou que as tempestades destruíram 100 mil hectares de floresta. "Como depois de um terremoto. Milhares de hectares de florestas foram arrasados, como se fosse obra de uma serra elétrica gigante."
EK/afp/ap/efe/rtr