Estados do Sul do Brasil e o Mato Grosso do Sul sentiram fortes rajadas de vento durante o processo de formação de uma frente fria e de um ciclone extratropical entre o Brasil, o Paraguai, o Uruguai e a Argentina. As mais intensas variaram de 80 km/h a 106 km/h. Pancadas de chuva moderadas a fortes também foram observadas.
Ventos perdem força nesta quinta-feira
O ciclone extratropical e a frente fria tiveram rápido deslocamento, como já vinha sendo esperado. Na tarde desta quinta-feira, por volta das 16 horas, o ciclone era observado sobre o oceano, na costa do Uruguai e da província de Buenos Aires (Argentina) e as áreas de chuva da frente fria passavam sobre o Mato Grosso e São Paulo. O Sul do Brasil já estava praticamente sem chuva a esta hora. Na imagem captada pelo satélite meteorológico GOES 16, a região do ciclone pode ser identificada pelas bandas de nuvens enroladas em forma de espiral.

Ciclone extratropical estava perto o litoral do Uruguai e da Argentina às 16h de 20/8/25. (Imagem: satélite GOES 16)
Com o afastamento do ciclone e das nuvens carregadas, a velocidade do vento diminui bastante no decorrer da quinta-feira, 21 de agosto. O extremo sul gaúcho e o litoral do Rio Grande do Sul ainda poderão ter rajadas moderadas a fortes na madrugada desta quinta-feira, mas que não devem passar dos 70 km/h e vão enfraquecendo cada vez já no decorrer da manhã. Não há mais expectativa de ventania nas demais áreas do Sul do Brasil e nem em Mato Grosso do Sul.
Ciclone extratropical e frente fria provocaram ventos com mais de 100 km/h
A formação da frente fria e do ciclone extratropical provocaram fortes rajadas de vento no Sul do Brasil e em Mato Grosso do Sul. As intensas rajadas de vento, acima de 60 km/h, começaram na terça-feira, 19, mas se intensificaram nesta quarta-feira, 20 de agosto, superando os 80 km/h. Algumas dessas rajadas ocorreram durante passagem de nuvens carregadas, do tipo cumulonimbus, que se formaram na formação da frente fria e do ciclone extratropical, mas outras, foram por causa do ciclone já formado ou em áreas serranas, que aceleram o vento.
- A organização do ciclone extratropical gera uma grande diferença de pressão atmosférica nas regiões próximas à área de formação do sistema, o que causa o vento forte.
Confira as rajadas de vento mais intensas, iguais ou acima de 70 km/h, registradas no Sul do Brasil, entre 20h de 19/8/25 e 20h de 20/8/25 (valores aproximados do Inmet, Epagri/Ciram e Simagro)
106 km/h Urupema (SC)
100 km/h Bonito (MS)
87 km/h Soledade (RS)
82 km/h Canguçu (RS)
81 km/h Porto Alegre (RS)
81 km/h Lavras do Sul/Fazenda Galpão (RS)
76 km/h Cambará do Sul (RS)
75 km/h Tubarão (SC)
72 km/h Quaraí (RS)
Além de ventos fortes, a passagem das áreas de instabilidade da frente fria associada ao ciclone extratropical provocaram chuva moderada a forte nos estados da Região Sul. Pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Centro Nacional de Alertas e Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), em 48 horas, entre aproximadamente 21 horas do dia 18 e 21 horas do dia 20 de agosto de 2025, chove de 30 mm a 60 mm em vários locais do Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina e no Paraná choveu de 20 mm a quase 40 mm em 24 horas.