Você talvez já tenha ouvido falar que o Brasil é o campeão mundial de raios. É verdade! De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em média, aproximadamente 80 milhões de raios são detectados por ano sobre o Brasil.
A grande quantidade de raios sobre o Brasil está diretamente relacionada com a sua posição geográfica. O país está localizado nas regiões tropical e subtropical da Terra, onde temos a maior quantidade de ar quente e úmido disponíveis para a formação das nuvens do tipo cumulonimbus, que são as grandes geradoras das descargas elétricas atmosféricas, incluindo os raios.
Também por sua localização geográfica, seu relevo e urbanização, tornam a Região Sudeste do Brasil a região com maior incidência de raios no país.
Além do ar quente úmido que vem da região Norte, a passagem das frentes frias colabora para a formação das nuvens cumulonimbus sobre a Região Sudeste do Brasil.
O que são os raios?
As descargas elétricas que acontecem na atmosfera podem ocorrer dentro de uma única nuvem, entre duas nuvens e também entre as nuvens e a superfície terrestre.
O que chamamos de raios são as descargas elétricas intensas que conectam as nuvens de temporal e o solo. São as descargas elétricas que saem das nuvens e chegam ao solo.
Raio e relâmpago
Raio é diferente de relâmpago. O relâmpago é qualquer descarga elétrica gerada por nuvens de tempestade. Então, as descargas que ocorrem dentro de uma nuvem ou entre nuvens são chamadas de relâmpagos. O raio é a descarga elétrica que sai da nuvem e se conecta ao solo.
Como os raios se formam?
A nuvem cumulonimbus é a grande fábrica de raios na atmosfera. É por causa do atrito das pedras de gelo que se formam na parte mais elevada dessas nuvens que temos a geração de cargas elétricas positivas e negativas dentro dessas nuvens, que vão induzir as descargas elétricas atmosféricas.
Uma nuvem cumulonimbus funciona como uma enorme pilha acumulando cargas positivas na sua parte superior e cargas negativas na sua base.
Quando há excesso de cargas dentro da nuvem, a descarga elétrica que sai da nuvem consegue romper o isolamento elétrico natural do ar e segue em direção ao solo. Isto é o raio!
Estações dos raios
A primavera e o verão podem ser consideradas as “estações dos raios”. Tecnicamente as nuvens cumulonimbus, e os raios, podem se formar em qualquer época do ano. Porém, elas são mais frequentes durante a primavera e no verão, que são as estações do ano onde o Brasil fica mais quente e com muita umidade no ar. A formação das nuvens cumulonimbus exige calor e umidade do ar elevada. Saiba mais aqui no vídeo.
Fenômenos como El Niño e La Niña influenciam a formação das nuvens de tempestade e, portanto, a incidência de raios.
Uma das grandes preocupações atuais dos climatologistas é o aumento da temperatura da água do mar. O oceano mais quente gera maior evaporação, o que significa mais água sendo injetada na atmosfera e que vai facilitar a formação de nuvens que podem provocar raios.
Curiosidades
- descargas elétricas atmosféricas também podem acontecer sem a existência de nuvens cumulonimbus;
- grandes incêndios florestais podem gerar descargas elétricas no seu interior acelerando a expansão do fogo;
- a explosão de vulcões pode gerar uma nuvem pirocumulonimbus que provoca raios dentro da massa de dejetos expelida pelo vulcão;
- com o aquecimento global, a quantidade de raios sobre a Terra tende a aumentar; uma atmosfera mais quente retém mais água e o aumento do calor e da umidade facilita a formação de nuvens que geram raios;
- nas grandes cidades temos o efeito de “ilha de calor, que deixa a região mais quente e mais propícia à formação de tempestades e à ocorrência de raios;
- raios podem cair mais de uma vez no mesmo lugar;
- a corrente elétrica de um raio se propaga mais facilmente na água salgada do mar;
- por causa da grande altura, antenas e topos de árvores atraem os raios;
- a chance de um raio cair exatamente sobre uma pessoa é muito baixa, em média, menor do que 1 em 1 milhão. Se a pessoa estiver numa área descampada, debaixo de uma tempestade, esta chance aumenta de 1 para mil;
- não precisa cobrir os espelhos durante uma tempestade, pois o espelho não atrai os raios;
- primeiro vemos a luz do raio e depois ouvimos o trovão; conte quantos segundos depois do raio você ouviu o trovão, divida por três e terá a distância aproximada, em quilômetros, onde caiu o raio;
- a duração de um raio é de até dois segundos, mas em geral, dura de meio a um terço de segundo;
(Fonte: ELAT/INPE)