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Durante o mês de janeiro de 2018, a França teve condições atmosféricas particularmente agitadas, por causa de um intenso e persistente fluxo de ar úmido oceânico. Isto gerou muitos eventos de forte instabilidade e em pouco tempo.
Muitas tempestades varreram o país desde 1° de janeiro: Carmen, Eleanor, Fionn e David*. Desta forma a pluviometria já supera a média Climatológica em quase todo o país e ainda poderá atingir valores recorde localmente. A cobertura de neve está igualmente excepcional no norte dos Alpes, com a neve chegando a quase dois metros em Haute-Savoie. As chuvas frequentes e abundantes ocorrendo no solo já encharcado provocaram numerosas inundações.
* Estas tempestades foram intensos sistemas de baixa pressão atmosférica que avançaram sobre Grã Bretanha e a Europa em janeiro de 2018 provocando ventania e volumes de chuva foram do comum. Segundo o serviço nacional de meteorologia da França (Météo-France), a tempestade David provocou ventos de 136 km/h no cabo Gris-Nez.
Várias áreas de Paris foram inundadas com cheia recorde do rio Sena - 26/1/18
(Foto:Francois-Grunberg/Marie de Paris - Fotos Públicas)
O texto a seguir foi feito pelos meteorologistas do Météo-France e revela dados e explicações do janeiro "quente" que a França vive em 2018. A tradução foi feita pelo meteorologista Ivan Hetem.
Janeiro ameno
O excesso de chuva e de nebulosidade evita resfriamento intenso e janeiro de 2018 é o mais ameno na França em 117 anos
Quanto às temperaturas, o país se beneficia de uma condição excepcionalmente amena. Até hoje, as geadas foram extremamente raras, inclusive no nordeste do país. Em toda a extensão do país, a temperatura média deve superar a normal em aproximadamente 3°C, colocando este mês de janeiro de 2018 como o mais quente do período 1900 – 2018, superando os janeiros de 2014, 1988 e 1936, quando a temperatura média foi 2,7°C acima da média.
Sol em baixa
Deficiência de insolação (horas de sol) supera 50% em algumas áreas do país por causa do excesso de nebulosidade
Mesmo com uma cobertura de nuvens muito presente, o Sol ainda não ficou completamente fora do jogo. Até o 24 de janeiro, a insolação mensal ficou entre 20 e 40 horas em quase todo o país, representando uma deficiência de 30% à 50% com relação à média. O Sol brilhou apenas 14 horas em Rouen, 23 horas em Abbevile e 25 horas em Albi, ou seja 60% a 70% de deficiência. Recordes de baixa insolação mensal podem ser batidos localmente. Apenas o extremo oeste e as regiões do sul tiveram insolação próxima da normal até o dia 24 janeiro.
Anomalia de insolação na França de 1 a 23 de janeiro de 2018