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A Previsão de clima para o século XXI

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Em agosto de 2008, os agrônomos que prestavam atenção nas previsões de Clima de longuíssimo prazo fizeram um belo trabalho: “Aquecimento Global e a Nova Geografia da Agricultura no Brasil”.

 

Eles fizeram previsões do que poderia ocorrer com a agricultura do país dentro dos cenários descritos pelo IPCC. O primeiro marco é para 2020. Como os dados iniciais são de 2006, já temos uma ideia se o que eles previram se concretizou nestes 10 anos que se passaram.

Bem antes disso, em 2000, Siqueira havia detectado uma tendência climática, publicada na Revista Brasileira de Meteorologia.

 

Para a cultura da soja, os cenários climáticos decorrentes dos aumentos da concentração de CO2 na atmosfera não apresentam efeitos negativos, registrando-se um aumento na produção de grãos, em torno de 27%.

 

    Foto: Henrique Carneiro. Querência/MT.

 

Os agrônomos conseguiram prever o que acontece hoje

“Fiz uma comparação entre o previsto para 2016 e o ocorrido neste ano, que são os últimos dados do IBGE, traçando uma linha do valor inicial ao valor final da previsão das culturas apresentadas no relatório do IAC com o INPE”, conta a meteorologista Ana Lúcia Frony de Macêdo.

 

“Eles acertaram que a soja e a cana-de-açúcar teriam mais áreas aptas ao plantio. De 2006 a 2016, estas culturas foram as que mais aumentaram suas áreas de plantio, segundo o IBGE.”, complementa a meteorologista.

 

No gráfico vemos que o aumento da área total plantada e destinada à colheita segue a curva da soja e do canavial, enquanto as outras culturas continuam tendo no máximo 4% da área total.

 

área_plantada

 

 

Destaque para o feijão e a influência do clima

“Eu separei esta cultura que apresentou uma grande diminuição da produção neste período. Claro que podemos pensar que o mercado interno está mudando seus hábitos de consumo e por isso os agricultores não têm tanto incentivo para plantar. Por outro lado, o feijão é uma cultura de subsistência e que pode ter perdido áreas aptas devido à falta de chuva dos últimos anos na região Nordeste. E a seca pode ser um efeito do aquecimento global”, analisa a meteorologista Ana Lúcia.

 

produção_feijão

 

A estimativa era de uma perda de 4% da produção de feijão até 2020, só que até 2016 a perda já atingiu 24%. Outras culturas de consumo interno também evoluíram pior do que o previsto, a mandioca perdeu 21% da produção em relação à 2006 e o arroz 8%.

 

Tabela_produção_IBGE

 

“Já as commodities vão muito bem, obrigada”.

 

Por Ana Lúcia Frony de Macêdo, meteorologista. 

 

 

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