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05/07/2018 às 11:43
por Redação
Em agosto de 2008, os agrônomos que prestavam atenção nas previsões de Clima de longuíssimo prazo fizeram um belo trabalho: “Aquecimento Global e a Nova Geografia da Agricultura no Brasil”.
Eles fizeram previsões do que poderia ocorrer com a agricultura do país dentro dos cenários descritos pelo IPCC. O primeiro marco é para 2020. Como os dados iniciais são de 2006, já temos uma ideia se o que eles previram se concretizou nestes 10 anos que se passaram.
Bem antes disso, em 2000, Siqueira havia detectado uma tendência climática, publicada na Revista Brasileira de Meteorologia.
“Fiz uma comparação entre o previsto para 2016 e o ocorrido neste ano, que são os últimos dados do IBGE, traçando uma linha do valor inicial ao valor final da previsão das culturas apresentadas no relatório do IAC com o INPE”, conta a meteorologista Ana Lúcia Frony de Macêdo.
“Eles acertaram que a soja e a cana-de-açúcar teriam mais áreas aptas ao plantio. De 2006 a 2016, estas culturas foram as que mais aumentaram suas áreas de plantio, segundo o IBGE.”, complementa a meteorologista.
No gráfico vemos que o aumento da área total plantada e destinada à colheita segue a curva da soja e do canavial, enquanto as outras culturas continuam tendo no máximo 4% da área total.
“Eu separei esta cultura que apresentou uma grande diminuição da produção neste período. Claro que podemos pensar que o mercado interno está mudando seus hábitos de consumo e por isso os agricultores não têm tanto incentivo para plantar. Por outro lado, o feijão é uma cultura de subsistência e que pode ter perdido áreas aptas devido à falta de chuva dos últimos anos na região Nordeste. E a seca pode ser um efeito do aquecimento global”, analisa a meteorologista Ana Lúcia.
A estimativa era de uma perda de 4% da produção de feijão até 2020, só que até 2016 a perda já atingiu 24%. Outras culturas de consumo interno também evoluíram pior do que o previsto, a mandioca perdeu 21% da produção em relação à 2006 e o arroz 8%.
“Já as commodities vão muito bem, obrigada”.
Por Ana Lúcia Frony de Macêdo, meteorologista.
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