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Extremos climáticos e o impacto na distribuição de energia

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No Café com Ciência do mês de Abril, trouxemos alguns exemplos de como um olhar para o passado pode nos auxiliar no planejamento e na tomada de decisão com relação a energia eólica e solar. Neste mês, gostaríamos de abordar este tema do ponto de vista do setor de distribuição e transmissão de energia elétrica. Para isso, a Climatempo fez uma parceria com a Enel Brasil com o objetivo de avaliar as condições meteorológicas que impactam as áreas de concessão da empresa.

 

De maneira geral, pode-se dizer que o setor de distribuição de energia é mais afetado pela chuva, vento e descargas atmosféricas, enquanto que o de transmissão é mais afetado por descargas atmosféricas, vento forte e pelo material particulado que sai das queimadas. Juntamente com a Enel Brasil, a Climatempo analisou o histórico de raios, de queimadas, de chuva, rajadas de vento e também as interrupções de energia que são causadas por fenômenos ambientais sobre as áreas de concessão da empresa com o objetivo de entender quais eram as principais regiões de ocorrência destes fenômenos e qual sua intensidade.

 

Na figura 1, podemos perceber o número de dias em que houveram chuvas e rajadas de vento acima do percentil 90 na última década no Ceará, ou seja, considerando apenas os eventos mais intensos que atingiram a área de concessão da empresa. Podemos perceber uma clara região no noroeste do estado onde a chuva acontece com mais frequência, ultrapassando 100 dias de eventos intensos na última década. Da mesma forma, podemos perceber regiões onde há menos dias com chuva intensa e rajadas de vento significativas.

 

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Figura 1 - Número de dias com chuva e rajada de vento acima do percentil 90 entre 2011 e 2020.

 

Já para o caso de Goiás, avaliamos também a incidência de raios e queimadas no estado. A figura 2 mostra a ocorrência total de raios que atingiram o solo e a ocorrência de queimadas. Da mesma maneira que a chuva e rajadas de vento, podemos perceber duas principais regiões para a ocorrência de raios nuvem solo na área de concessão de Goiás, sendo no noroeste e no sul do estado. Enquanto que com relação a queimadas, percebe-se uma maior ocorrência no nordeste e parte do sudeste do estado.

 

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Figura 2 - Densidade de raios nuvem solo e queimadas no estado de Goiás.

 

Além da caracterização espacial da ocorrência destes fenômenos, também foi avaliado a evolução temporal dessas variáveis, verificando se o clima está se alterando na região das áreas de concessão da Enel e quais são as regiões que estão sendo mais afetadas.

 

Este tipo de estudo é interessante em diversos aspectos. O primeiro deles é em termos de planejamento, onde a empresa conhece as regiões mais impactadas e pode estruturar ações para mitigação destes impactos. Da mesma maneira, estas informações servem como guia para a empresa direcionar seus investimentos, melhorando a infraestrutura da rede nas regiões de maior atenção, podendo inclusive procurar novas tecnologias que auxiliem na diminuição dos impactos. Com a melhora da rede, a empresa também se torna mais resiliente às perturbações atmosféricas e melhora os indicadores de continuidade, como por exemplo o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor) e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Consumidor). Para quaisquer dúvidas ou informações, entre em contato conosco.

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