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Imagem de satélite - Fonte:Tropical Tidbits
O furacão Agatha, no leste do Oceano Pacífico, atingiu o sul do México, em "Puerto Angel", no dia 30 de maio, como um furacão de categoria 2, com uma velocidade de 169km/h. O furacão é o mais forte desde 1949 para o mês de maio a atingir a região da costa do Pacífico do México, segundo o Centro Nacional de Furacões (National Hurricane Center-NHC).
O Agatha provocou 100mm de chuva só no dia 30 de maio em Acapulco. No sul do país, de maneira geral, entre 27 e 29 de maio, já havia chovido mais de 100mm, e os volumes devem ser bem maiores se somados ao registrados entre 30 e 31 de maio.
Precipitação acumulada entre 26 e 30 de maio de 2022 no México. (Fonte: Conagua)
A temperatura do Oceano Pacífico está alta na costa oeste do México, entre 28 e 30°C, o que ajudou na formação do furacão. Além disso, houve também a influência do Giro da América Central (ou "Central American gyre (CAGs)"), que costuma ocorrer nessa época do ano e ajudar na formação dos furacões.
Ao tocar no solo, o furacão Agatha perdeu força rapidamente e entrou em processo de dissipação.
No boletim técnico emitido pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), ao meio-dia (hora de Brasília), Agatha já era considerado apenas áreas de instabilidade que provocavam muita chuva. O vento sustentado estava em torno de 45 km/h.
Este boletim foi o último emitido para Agatha.
Trajetória de Agatha se desconfigurando após tocar o solo mexicano. (Fonte: Tropical Storm Risk)
O resquício do Agatha e o amplo Giro da América Central poderão causar ainda muita chuva na América Central e no sul do México no decorrer dessa semana. A expectativa é de 100 e 400mm no sul do México, em Cuba e nas Bahamas.
Novo furacão poderá ser formar a partir de Agatha
Ainda é muito cedo para determinar se este novo sistema vai ou não originar uma nova tempestade tropical na região do Golfo do México. Caso se forme, receberá o nome de Alex, mas a possibilidade do evento ainda está sendo monitorada.
Giro da América Central
O "Giro da América Central" é uma ampla área de baixa pressão atmosférica, que geralmente flutua em forma de círculo entre a América do Norte e a América do Sul. Os giros da América Central (Central American Gyre) são padrões de circulação expansivos e de movimento lento, que normalmente se formam no início e no final da temporada de furacões no Oceano Atlântico, que ocorre de 1 de junho à 30 de novembro.
Os máximos de casos ocorrem entre maio e junho e de setembro à novembro (final da primavera e início do outono no Hemisfério Norte), e acontece geralmente quando a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) migra para norte, em direção ao Hemisfério Norte.
Devido ao lento movimento e à proximidade com a vasta água do oceano, essa grande circulação pode produzir inundações catastróficas em toda a região.
Estes giros, junto com outras condições atmosféricas favoráveis, podem formar tempestades tropicais e que às vezes evoluem para um furacão, como aconteceu com o Agatha. As águas quentes no Golfo do México são um fator importante, já que impulsionam ainda mais o desenvolvimento de tempestades tropicais e furacões.
A formação da tempestade tropical Alex, no golfo do México, ainda é uma possibilidade pequena.