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por Pedro Regoto - Meteorologista
Aprendemos nas edições anteriores sobre as diversas consequências que o El Niño pode trazer para a realidade do setor energético brasileiro. As chuvas abundantes no Centro-Sul do país afetam severamente as distribuidoras de energia elétrica, as geradoras hidrelétricas, e até mesmo as próprias transmissoras. As tempestades mais frequentes nessa região apresentam um alto risco para toda a gestão operacional desses ativos.
Por outro lado, vimos que no Nordeste e Norte do Brasil, a história é outra. Secas severas são esperadas pela presença do El Niño, o que dificulta a gestão da água dos reservatórios por lá, por exemplo.
Vamos lembrar também que as temperaturas em todo o país sofrem elevação, aumentando a demanda por energia, e por consequência, algumas possíveis oscilações no fornecimento de energia elétrica para a população.
Mas e ao redor do planeta? Será que os efeitos são os mesmos que no Brasil? Vamos descobrir isso…
Começando pela temperatura, a maior parte da atmosfera fica mais aquecida com a presença do El Niño. Provavelmente, onde você está lendo esse conteúdo no momento, existe uma alta probabilidade para que o calor prevaleça com mais força. Mas, sim, existem exceções. O Sul dos Estados Unidos (região da Flórida, por exemplo) tem uma tendência de resfriamento entre os meses de dezembro a fevereiro.
Viajando para outro continente, como a Austrália, os efeitos já são adversos. No geral, o El Niño impacta aumentando a temperatura e reduzindo as chuvas por lá. Isso pode ser positivo pensando que a Austrália, hoje em dia, tem uma matriz energética com contribuição significativa da energia solar. Menos chuva, menos nebulosidade, mais Sol.
Por outro lado, na China, a situação já é oposta. Principalmente no sul chinês, as chuvas se tornam mais abundantes, o que favorece a geração hídrica por lá. Como a China é forte na geração por hidrelétrica, isso é um ponto bem positivo para o setor energético deles.
Na Europa, muitas pesquisas foram feitas, mas não há uma correlação muito clara no Clima europeu. Alguns estudos mostram que para a Europa Oriental, o El Niño promove uma intensificação das ondas de calor nos meses de outubro, novembro e dezembro. Isso faz com que haja uma maior demanda energética, o que pode até encarecer o preço da energia elétrica por lá, já que a matriz ainda não é renovável dependente.
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