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Desafios e oportunidades do El Niño na agricultura brasileira

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5 min de leitura

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por Willians Bini - Meteorologista
Desde que passou a ser estudado com mais profundidades, na segunda metade do século XX, o fenômeno El Niño tem sido objeto de preocupação para cientistas, agricultores e governantes em todo o mundo. A cada ocorrência, esse complexo padrão climático modifica a distribuição de temperaturas das águas do Oceano Pacífico Equatorial, desencadeando uma série de impactos climáticos em diversas regiões do globo.

 

No Brasil, país marcado por suas dimensões continentais e grande diversidade de Climas e biomas, os efeitos do El Niño na agricultura são sentidos de maneira diferenciada em suas regiões. A compreensão desses impactos, bem como sua previsão, torna-se essencial para o planejamento agrícola e a mitigação de perdas.

 

O último El Niño (2015/2016): chuvas excessivas no Sul do Brasil

O evento El Niño de 2015/2016 trouxe consigo fortes chuvas para o Sul do Brasil, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Enquanto a seca atingia outras partes do mundo, a região Sul foi inundada, resultando em perdas significativas na produção de soja. Em algumas áreas, as lavouras foram submersas, causando uma redução na produtividade e na qualidade dos grãos. O impacto financeiro foi sentido tanto pelos agricultores quanto pelos setores relacionados à agroindústria.

 

Nordeste e MATOPIBA: seca com El Niño

Embora o fenômeno El Niño traga chuvas intensas para o Sul, nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, os impactos são frequentemente desafiadores. O Nordeste, conhecido por suas secas recorrentes, enfrentou um dos eventos El Niño mais severos em 1983/1984, o que resultou em uma grande seca. Essa seca afetou a agricultura, causando perdas substanciais nas colheitas e prejudicando a economia local.

 

Já no crescente cinturão agrícola do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Oeste da Bahia), o cenário se repete. Embora essa seja uma das regiões mais promissoras para a agricultura brasileira, o El Niño costuma trazer desafios, como a escassez de chuvas em momentos cruciais do ciclo de plantio e crescimento das culturas. Um exemplo notável ocorreu durante o El Niño de 2014, quando a falta de chuvas prejudicou as plantações e provocou perdas nas safras de milho e soja.

 

Os prós e contras no Sudeste e Centro-Oeste

O Sudeste e Centro-Oeste do Brasil também experimentam os efeitos do El Niño, embora de maneira mais equilibrada. Em geral, essas regiões se beneficiam das chuvas regulares e das temperaturas amenas, criando condições ideais para o desenvolvimento das culturas. Entretanto, durante o El Niño de 1997/1998, o Sudeste enfrentou fortes tempestades que resultaram em inundações, causando perdas nas lavouras de café, cana-de-açúcar e citros. No mesmo evento, o Centro-Oeste foi afetado pela falta de chuvas em determinados períodos, resultando em perdas na produção de grãos.

 

Conclusão: a importância da previsão e adaptação

O estudo dos impactos do El Niño na agricultura do Brasil revela a necessidade crítica de previsão e adaptação. Os agricultores, governos e setores relacionados devem estar preparados para enfrentar os desafios e explorar as oportunidades que cada evento El Niño traz.

 

Para se antecipar aos efeitos climáticos, investimentos em pesquisa, monitoramento e desenvolvimento de sistemas de alerta são fundamentais. A criação de políticas de seguro agrícola e planos de adaptação específicos para cada região também desempenha um papel crucial na mitigação dos impactos do El Niño na agricultura brasileira.

 

Afinal, entender como esse fenômeno climático afeta a agricultura do Brasil é o primeiro passo para se preparar e garantir a resiliência do setor agrícola em um futuro de mudanças climáticas em constante evolução.

 

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