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por Willians Bini - Meteorologista
O El Niño é um fenômeno climático bem conhecido que periodicamente impacta as condições meteorológicas em todo o mundo. Quando esse fenômeno atinge níveis excepcionais de intensidade, com uma anomalia da temperatura do Oceano Pacífico que excede 2,5 graus Celsius acima da média, é chamado de "Super El Niño". Em 2015/2016, enfrentamos as consequências de um Super El Niño, que trouxe chuvas excessivas no Sul do Brasil e causou estragos na produção de grãos. Agora, em 2023, estamos novamente diante de uma elevação nas temperaturas do oceano que nos leva a monitorar atentamente a possibilidade de outro Super El Niño.
A ameaça do super El Niño
Os impactos do El Niño são variados, afetando diferentes regiões de maneiras distintas. No Brasil, a agricultura é uma das áreas mais impactadas quando o El Niño se intensifica. As chuvas torrenciais que caracterizam o El Niño podem causar inundações no Sul do Brasil, prejudicando a produção de grãos e aumentando os riscos para os agricultores.
Irregularidade das chuvas e o Matopiba
Uma das consequências mais notáveis do El Niño é a irregularidade das chuvas em regiões críticas para o agronegócio brasileiro. O Matopiba, uma área que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e o oeste da Bahia, é uma dessas regiões que frequentemente enfrenta escassez de chuvas durante o Super El Niño. A falta de água prejudica o desenvolvimento das culturas e reduz drasticamente a produtividade.
Estiagem na Bacia Amazônica
Outro impacto significativo do Super El Niño é a estiagem que afeta a Bacia Amazônica. Como as chuvas diminuem nessa região, os rios da Amazônia experimentam níveis baixos, afetando a navegação e dificultando o transporte de mercadorias. Além disso, a agricultura e a pecuária na Amazônia dependem das chuvas regulares, e a estiagem coloca em risco a produção de alimentos nessa região.
O caminho da resiliência climática
Diante desses desafios, a resiliência climática é essencial para o setor agrícola brasileiro. A capacidade de se adaptar às mudanças climáticas e mitigar os riscos do Super El Niño é crucial para garantir a segurança alimentar e a estabilidade econômica. Aqui estão algumas medidas que podem ajudar o agronegócio a enfrentar o Super El Niño:
1. Diversificação de culturas: Os agricultores podem diversificar suas culturas, plantando uma variedade de produtos com diferentes necessidades de água. Isso ajuda a mitigar os riscos de perdas significativas em caso de irregularidade das chuvas.
2. Sistemas de irrigação eficientes: Investir em sistemas de irrigação eficientes pode ajudar a manter o fornecimento de água necessário para as culturas, mesmo em condições de estiagem.
3. Monitoramento climático avançado: O acompanhamento das condições climáticas é essencial. Utilizar tecnologia avançada para prever e responder às mudanças climáticas pode ajudar os agricultores a se preparar adequadamente.
4. Práticas de agricultura sustentável: Práticas de agricultura sustentável, como a agricultura de conservação, podem melhorar a capacidade do solo de reter água e reduzir o impacto da irregularidade das chuvas.
Conclusão
O Super El Niño de 2023 representa uma ameaça significativa para o agronegócio brasileiro, com potencial para afetar a produção de alimentos e a economia. No entanto, adotando medidas proativas e investindo em resiliência climática, o setor agrícola pode se preparar melhor para enfrentar os desafios desse fenômeno climático. A capacidade de se adaptar e inovar será fundamental para garantir que o Brasil continue sendo uma potência agrícola, mesmo diante de condições climáticas adversas.
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