Nos últimos dias, uma massa de ar frio avançou sobre parte do Mato Grosso do Sul derrubando as temperaturas e trazendo alívio ao calor mais intenso em cidades como Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT). No entanto, esse respiro não chegou para todos: boa parte da Região Central do Brasil segue enfrentando calor intenso e ausência de chuva significativa.
A atuação de uma massa de ar seco mantém o tempo firme, inibe a formação de nuvens e derruba a umidade relativa do ar para níveis críticos. A chuva, que já é escassa nesta época do ano, se concentra apenas no extremo sul do Mato Grosso do Sul e em poucas áreas do sudeste de Mato Grosso, favorecida por pequenos cavados meteorológicos na média atmosfera Enquanto isso, algumas localidades do centro-sul do Mato Grosso do Sul ainda sentem a influência do ar frio de origem polar, o que impede uma elevação maior dos termômetros ao longo do dia — situação bem diferente das demais regiões, onde o calor intenso continua predominando e não há previsão de chuva até o fim do mês. Esse cenário agrava a seca e aumenta o risco de queimadas.
Temperaturas elevadas e baixa umidade do ar
As temperaturas máximas vêm ultrapassando os 35°C em diversas cidades de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), nos últimos dias foram registrados valores de 39,1°C na estação automática de São Miguel do Araguaia (GO), no dia 25/08 e de 39,5°C em Goiás (GO) na mesma data, Em Cuiabá (MT), a estação automática marcou 39,5°C no dia 23/08.
Além do calor, outro fator preocupante é a umidade relativa do ar, que atinge níveis críticos em várias localidades, caindo abaixo dos 20% durante as horas mais quentes do dia, nível considerado de estado de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na estação automática de Paraúna (GO), o índice chegou a apenas 9% no dia 23/08. Já em Goianésia (GO) e Ponte Alta (DF), a umidade ficou em 13% no dia 25/08.
Escassez de chuva e risco de queimadas
O período seco e quente no Centro-Oeste tem favorecido o aumento das queimadas e o cenário preocupa. Em grande parte de Goiás e no sudeste de Mato Grosso, são mais de 40 dias consecutivos sem chuva. Em Brasília e em municípios do norte de Goiás, a estiagem ultrapassa 90 dias. A previsão indica que o tempo seco deve continuar predominando nos próximos dias, elevando ainda mais o risco de incêndios.
Alertas
O calor intenso aliado à baixa umidade tem impactos diretos na saúde. Problemas respiratórios, irritações nos olhos, ressecamento da pele e desidratação tornam-se mais frequentes neste período. Diante desse cenário, autoridades de saúde recomendam hidratação constante, a redução de atividades físicas nos horários mais quentes e atenção especial a crianças e idosos.