Na quinta-feira, o Rio Grande do Sul segue sob influência de áreas de instabilidade, com chuva persistente sobretudo nas Missões, na Serra Gaúcha e na Campanha — regiões que registraram volumes excepcionais nos últimos dias. A boa notícia é que esse padrão começa a ceder: já há indicação de enfraquecimento das precipitações a partir de hoje, quando as pancadas devem perder força primeiro justamente onde os acumulados foram mais expressivos. Espera-se, assim, que a intensidade caia gradualmente ao longo da sexta e do sábado.
Acumulados históricos em 48 horas
Nos dois dias entre 10 h de 16/06 e 10 h de 18/06, diversas estações gaúchas ultrapassaram em muito a média mensal de junho. Em Quevedos, choveu 371,8 mm — quase três vezes os 126 mm esperados; Jaguari anotou 327,2 mm (média 133 mm); Cachoeira do Sul, 318,2 mm (média 134 mm); São Borja, 301,4 mm (média 118 mm); Agudo, 300,8 mm (média 138 mm); e Faxinal do Soturno, 296,8 mm (média 142 mm). Esses números atestam a dimensão da chuva que atingiu o estado.
A dinâmica meteorológica por trás das chuvas
O sistema que sustentou esses volumes combina um forte transporte de umidade do Norte do Brasil com a permanência de uma frente fria sobre o Sul. Na quinta, esse transporte ainda se faz presente com intensidade, mas a frente fria já começa a se deslocar para norte, empurrando as áreas mais instáveis para o norte gaúcho — especialmente Norte do estado parte das Missões e Serra. No mapa de risco, as regiões em vermelho concentram alerta para temporais e as em roxo, alta probabilidade de tempestades com chuva volumosa. Ao sul e no oeste, as pancadas se mantêm moderadas a fortes, mas tendem a ceder espaço a tempo firme.

Figura 1- Mapa de risco para essa quinta-feira 19 de junho de 2025. Fonte: Climatempo.
Sexta e sábado: pancadas, mas em volumes menores
Para sexta e sábado, a chuva não desaparece, mas adota padrão mais pontual e menos intenso. As pancadas devem se concentrar sobretudo nos vales, no norte e no litoral do estado, com acumulados que podem passar dos 30 mm em curtos períodos. Com o solo já está saturado o risco de alagamentos e deslizamentos permanecendo elevado, entretanto já se percebe um enfraquecimento da chuva.