O mês de maio tem sido marcado por chuvas muito acima da média no litoral leste do Nordeste. Em diversas cidades e capitais da região, os acumulados registrados entre 1º e 20 de maio de 2025 já ultrapassam — e, em alguns casos, mais que dobram — a média histórica do mês.
As fortes chuvas vêm causando alagamentos, deslizamentos e diversos transtornos, principalmente nos estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Paraíba.
Maceió tem quase o dobro da média do mês
Na capital alagoana, os volumes de chuva são extremamente elevados. A média histórica de maio é de 294,7 mm, mas várias estações na cidade já ultrapassaram os 400 mm. A estação do Farol 2 soma 412,3 mm, seguida de Cruz das Almas, com 407,4 mm, e Clima Bom, com 398 mm. Esses números representam mais de 130% da média mensal, e o mês ainda nem terminou.
Outros municípios próximos também apresentam acumulados expressivos, como Paripueira, com 333,8 mm, e Marechal Deodoro, com 318,7 mm.
Volumes elevados em Pernambuco
Em Pernambuco, os acumulados também são muito altos, principalmente na região metropolitana do Recife. Diversos bairros da capital já ultrapassaram ou estão muito próximos da média climatológica do mês, que é de 317,1 mm.
Entre os maiores volumes estão Nova Descoberta, com 308 mm, Torreão, com 305,1 mm, e Campina do Barreto, com 304,7 mm. Em Jaboatão dos Guararapes, a estação da Muribeca acumula 382,5 mm, e outras áreas, como Alto do Reservatório e Engenho Velho, também ultrapassam os 300 mm.
João Pessoa também supera a média
Na Paraíba, a capital João Pessoa, que tem média histórica de 287,7 mm para maio, já ultrapassou essa marca em vários pontos. A estação de Manaíra registra 303,6 mm, e outros bairros, como Cuiá (273,4 mm) e Bayeux (279,6 mm), também estão bem próximos da média ou já passaram.
Aracaju e Sergipe enfrentam volumes persistentes
Em Sergipe, a capital Aracaju, cuja média de maio é de 226,9 mm, já atinge esse valor em algumas estações. No bairro de J. Barbosa, o acumulado é de 227,2 mm, e em outras estações, como Industrial (195,4 mm) e Tobias Barreto (169,4 mm), os volumes são bastante elevados para este período do ano.
Por que tanta chuva?
O mês de maio já é, por natureza, um mês de muita chuva no litoral do Nordeste, mas o que chama atenção neste ano é a frequência e a intensidade das precipitações. O principal responsável por esse padrão é a atuação das chamadas ondas de leste, que são bandas de nebulosidade carregadas de umidade, que se formam no oceano e se deslocam de leste para oeste, levando chuva para a costa.
Além disso, há a atuação de uma forte circulação de ventos do mar para o continente, o que favorece ainda mais a formação de nuvens carregadas. A situação se agrava com as águas mais aquecidas na costa nordestina, que fornecem mais vapor d’água e energia para as nuvens, potencializando os volumes de chuva.
E vem mais chuva pela frente
A previsão não é animadora. Como podemos observar no mapa de risco desta quinta-feira, os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba seguem na rota da chuva, com previsão de tempestades, combinando temporal e chuva volumosa.
As capitais Maceió, Recife e João Pessoa, que já acumulam volumes muito acima da média, permanecem em alerta máximo, pois continuam sob influência das mesmas condições que vêm mantendo o tempo fechado e chuvoso nos últimos dias.

Figura 1- Mapa de risco para essa quarta-feira 21 de maio de 2025. Fonte: Climatempo.