ASAS nem sempre é bloqueio

08/12/2015 às 15:59
por Josélia Pegorim

Atualizado 08/12/2015 às 17:03

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O que mudou em relação aos dois últimos verões?

O anúncio de que a ASAS (alta subtropical do Atlântico Sul) vai ganhar força novamente sobre o Brasil durante a segunda quinzena de dezembro fez muita gente imaginar uma nova situação de bloqueio atmosférico, como tivemos no começo do verão de 2015 e especialmente no início do verão de 2014.

O medo é de parar de chover novamente, de voltar os dias de secura e calor extremo. Isto realmente aconteceu nos dois últimos verões porque tivemos fortes bloqueios oceânicos-atmosféricos no oceano Atlântico Sul.

 

O que faz a ASAS?

A ASAS é um sistema de alta pressão atmosférica que gera um movimento de ar subsidente, de cima para baixo. Isto deixa o ar mais seco. A redução da umidade diminui a nebulosidade e as condições para chuva.

 

 

 

A ASAS é um dos grandes sistemas de pressão permanentes da circulação geral da atmosfera. A ASAS sempre existe, o ano todo. Em algumas situações, este sistema fica mais próximo do Brasil, o que faz sua atuação ser mais intensa sobre o país.

 

 

 

 

ASAS e bloqueio

Em situações de bloqueio, como nos verões de 2014/2015 e 2013/2014, a ASAS atua forte e por mais tempo sobre o Brasil porque a maioria das massas polares (que também são sistemas de alta pressão) não consegue avançar sobre o centro-sul do Brasil. Só eventuais grandes massas polares chegam ao Sudeste.

A maior atuação da ASAS no verão é consequência do bloqueio no Atlântico Sul. A faixa vermelha representa a água com temperatura acima do normal, que “afasta” quase todas as massa polares. Tecnicamente o bloqueio é este aquecimento das águas do Atlântico Sul.

 

 

 

Este bloqueio foi muito forte em janeiro de 2014 e menos forte em janeiro de 2015.

 

 

 

Na situação atual, não temos bloqueio no Atlântico Sul. As águas do mar estão com temperatura normal.

 

 

 

 

ASAS: menos chuva e mais calor na segunda quinzena de dezembro