Chuva prejudica feijão no PR

17/03/2016 às 16:40
por Angela Ruiz

Atualizado 17/03/2016 às 16:40

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Alto índice pluviométrico diminuiu a oferta do grão

O início do ano não foi bom para os produtores de feijão de Guarapuava, no Paraná. As chuvas, que começaram no final de 2015 prejudicaram as fazendas que trabalham com os grãos, diminuindo consideravelmente a oferta do produto e contribuindo para o aumento do seu preço.

 

Segundo a engenheira agrônoma e produtora Sueli Karling, “o excesso de chuvas derrubou muitas flores e vagens”, dificultando tanto a colheita como a fase vegetativa. A especialista ainda destaca que as erosões ocorridas na lavoura “fizeram com que a germinação acontecesse dentro do próprio pé de feijão e este perdeu o seu valor comercial”.

 

De acordo com a meteorologista do Climatempo Josélia Pegorim, o principal fator meteorológico que prejudicou não só o feijão como outras culturas foi o excesso de chuva durante toda Primavera no final de 2015 e início de 2016 que contribuiu para o comprometimento da safra do feijão.  "A chuva deixou o solo e as plantas úmidas, ajudando na proliferação de fungos em vários locais.” A grande quantidade de nuvens também contribuiu diminuindo as horas de sol, dificultando o crescimento da planta e mantendo a umidade alta.

 

Para se ter uma ideia do volume de chuva, na cidade de Irati, a mais ou menos 100km de distância de Guarapuava, a Estação Convencional oficial do INMET na cidade registrou cerca de 221 milímetros de chuva em dezembro de 2015. A média histórica para a cidade no mês é de 148,3 milímetros. 

 

O Outono começa no próximo dia 20 de março e a expectativa é de que as mudanças da estação ocorram de forma gradativa, mas os últimos meses não serão esquecidos tão rapidamente em Guarapuava. “Nos dez anos em que trabalho nessa área, nunca aconteceu nada parecido”, comenta a agrônoma Sueli. Além disso, com a vinda do outono, é difícil ter uma certeza absoluta de melhora. Pegorim ressalta que “levando em consideração que estamos sobre influencia do El Niño, as chuvas ainda podem ficar acima da média até que o fenômeno perca força”.