O legado do El Niño 2015

22/09/2016 às 09:26
por Angela Ruiz

Atualizado 22/09/2016 às 09:37

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Primavera marca o início da regularidade da chuva

Com a chegada da nova estação Primavera e com chances de se configurar o fenômeno La Niña, vamos entender quais foram as marcas que o El Niño deixou no Brasil durante sua atuação entre o final de 2014 e o outono de 2016 e que estão sendo sentidas até hoje em alguns estados Brasileiros.  

Especialistas descrevem o El Niño como um fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Em geral, o El Niño atinge seu pico no final do ano.

 

A NASA (Agência Espacial Americana) em um de seus comunicados afirmou na época que o El Niño de 2015-2016 poderia ser comparado ao episódio forte de atuação do fenômeno (El Niño) que ocorreu de 1982-1983 e 1997-1998 considerados os de maior impacto no século passado até então. E isso realmente se confirmou. Ele só não foi mais forte do que o de 1997-1998 e o seu pico ocorreu em dezembro de 2015.

 

No Brasil, o fenômeno intensificou ainda mais a seca no Nordeste e também provocou estiagem prolongada no Norte, centro-norte de Minas e de Goiás e no Distrito Federal. Além disso, houve muitas inundações no Sul do país e o impacto do fenômeno foi tão grande que até hoje causa transtornos na economia do Brasil, principalmente no setor elétrico e de alimentos. 

 

 

Neste início de Primavera que começa hoje (22), às 11 horas e 21 minutos, horário de Brasília, muitas cidades nordestinas estão com seus reservatórios vazios e até mesmo o maior deles, de Sobradinho, prestes a entrar no volume morto. No Estado do Acre, na região Norte do Brasil, muitas cidades já estão em racionamento de água. No Sul do Brasil, cidades ainda contabilizam os prejuízos causados pela força da chuva e lavouras foram prejudicadas por causa do volume excessivo de água.

 

Entretanto, existem alguns setores, como o de cana de açucar do centro-sul do país, que vai terminar comemorando. Ao longo do outono eles tiveram dificuldades para a colheita e moagem devido à chuva. Mas os trabalhos estão a todo vapor agora em setembro e a safra pode ser recorde em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Além disso, grandes produtores de outros países, como Índia e Tailândia tiveram safra menor, devido à má condição do climática provocada pelo de El Niño e esse efeito combinado deve beneficiar os produtores de cana desses estados do Brasil.

 

Atualmente, estamos em um período chamado de neutralidade. O finalzinho deste Inverno e o início da Primavera irão ocorrer dentro da normalidade neste período de transição de uma estação para a outra, comenta o meteorologista Alexandre Nascimento.

 

Porém, vale lembrar que outro fenômeno climático pode se configurar ainda neste ano de 2016: uma La Niña de fraca intensidade. Normalmente esse fenômeno tende a espalhar mais chuva pelo Brasil e isso é uma ótima notícia para as áreas que sofrem com a estiagem. No entanto, estamos saindo de uma situação muito crítica e os efeitos positivos dessa chuva ainda devem demorar a trazer efeito para os reservatórios e rios secos. Ou seja, a chuva deve colaborar com a agricultura, mas seus benefícios ainda não serão sentidos nos reservatórios durante a primavera. 

 

Assista: Como a La Niña vai influenciar a chuva no BR no Verão 2016/2017?

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