Nordeste: chuva lá, mais chuva acolá.

17/12/2016 às 23:10
por Leandro Bellato

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Quinzena úmida para este natal e ano novo.

No fim de 2016 as chuvas serão frequentes, por vezes intensas, do Maranhão a Pernambuco. Chove menos em Sergipe e no interior da Bahia, mas o litoral sul do estado continua com chuvas recorrentes. O interessante é que o volume mais elevado de chuva prevista para os próximos dias sobre o Nordeste tem causas diversas. Sistemas atmosféricos diferentes atuam sobre cada porção da região, provocando chuvas com frequência e intensidades distintas.

 

Previsão de chuva acumulada para a próxima quinzena.

 

Com a aproximação da Zona de Convergência Intertropical as tempestades ficam mais frequentes e intensas no Maranhão, porque a umidade amazônica é aportada sobre o estado e, em conjunto com as temperaturas elevadas, propicia pancadas isoladas de chuva moderadas a fortes e geralmente de curta duração, principalmente no período da tarde. Estes sistemas precipitantes costumam se mover para leste e sudeste e atuam também sobre partes do interior do Piauí, com menor frequência e intensidade e geralmente no fim da tarde e início da noite.

 

No litoral, do Maranhão ao Ceará, o fortalecimento dos vindos do mar propicia a penetração de ar úmido em baixos níveis junto à costa, favorecendo chuvas fracas recorrentes ao longo do dia, inclusive à noite, e uma ou outra pancada de chuva mais intensa, isolada e rápida. A maior cobertura de nuvens deixa o tempo abafado e as temperaturas máximas são um mais baixas do que quando o céu está limpo, mas a sensação térmica não muda tanto. 

 

Do Rio Grande do Norte ao Alagoas ocorrem chuvas fracas a moderadas recorrentes, intercaladas por pancadas isoladas de chuva mais intensa, especialmente junto a costa, onde a chuva tem menor intensidade mas maior duração. Um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis sobre o mar à frente do Nordeste, que é um sistema de baixa pressão em altas altitudes, favorece o aporte de umidade em níveis médios sobre a costa leste do nordeste, provocando as chuvas mencionadas. A umidade disponível, em conjunto com as temperaturas elevadas, favorecem a ocorrência de pancadas de chuva mais intensas e de curta duração no interior desta porção do Nordeste.

 

O predomínio de ar mais seco sobre o centro-sul do país inibe a ocorrência de chuva no interior da Bahia e em Sergipe, com chuvas fracas e esparsas acontecendo de forma irregular. O aporte de umidade oceânica e até a influência da passagem de frentes frias propiciam chuvas mais frequentes no extremo sul do litoral baiano, mas com menor intensidade e frequência do que as chuvas que ocorreram naquela região em semanas anteriores.

 

No fim do ano o nordeste receberá relativamente bastante chuva, de forma muito variada e com as particularidades de cada local.