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Onda de Frio na Europa

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Como é inverno no Hemisfério Norte é normal que esteja frio e que neve na Europa. No entanto, mesmo para os padrões típicos do inverno europeu, os últimos dias tem sido suficientemente gelados para matar algumas pessoas por hipotermia, geralmente moradores de rua ou pedestres descuidados. O frio mostrou-se intenso na Rússia, mas também em regiões européias onde o Clima costuma ser mais ameno.

 

A imagem abaixo mostra, à esquerda, a cobertura de neve observada por satélite no dia 06/01/2017, enquanto à direita a diferença espacial com relação à climatologia: em vermelho, costuma nevar neste dia, mas não nevou; em azul, áreas onde não costuma nevar, mas nevou.

Cobertura de neve no dia 06/01/2017

 

Por estar bem ao sul e rodeada por um mar raso e quente, a Grécia não é conhecida por seu clima glacial, mas apresentou temperaturas entre 0°C e -15°C desde o dia 05/01/2017 e neve inclusive nas paradisíacas ilhas gregas, dentre as quais Lesbos, próximo à costa da Turquia. O frio também dominou a Itália, inclusive nevando na Sicília, e também a Bósnia, chegando a -27°C em Sarayevo. Na Turquia, o acúmulo de neve superou um metro em Istambul e as temperaturas chegaram a -20°C. Em Berlin as temperaturas chegaram a -15°C e a -30°C em Moscou, no dia 07/01/2017, tendo sido a menor temperatura registrada nesta data em 120 anos na Capital russa.

 

Nota-se que esta onda de frio no leste e sudeste da Europa e a neve em profusão podem ter relação com as temperaturas anormalmente elevadas do Oceano Ártico e da região ao redor do Pólo Norte. Conforme a calota de gelo oceânico circumpolar do Hemisfério Norte está próxima de seu mínimo histórico e as temperaturas na região chegam a estar 10°C acima da média climatológica, o ar frio e denso que costuma assentar ao redor do Pólo norte "escoa" para sul, sobretudo para a Sibéria, noroeste da América do Norte, nordeste da China e leste da Europa. O excesso de umidade disponível na atmosfera, resultante de um ano extremamente quente como 2016, propicia nevascas abundantes e também acima da média climatológica. 

 

A imagem a seguir, à esquerda, mostra como o ar denso e frio costuma estar contido ao redor do Pólo Norte num inverno típico (área escura) e como este ar migra para sul quando o Ártico está mais quente, resultando em ondas de frio. 

Inverno típico à esquerda; ondas de frio à direita.

 

Paradoxalmente, conforme se forma menos gelo no Ártico e conforme as temperaturas em geral ao longo do ano se elevem com relação às médias climatológicas, mais eventos de nevascas e de ondas de frio intenso no inverno são observadas. As últimas grandes ondas de frio no Hemisfério Norte foram em 2013, ano em que o Ártico também estava anormalmente quente. 

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