Inversão térmica provoca nevoeiro na Grande SP

27/05/2017 às 14:28
por Michele Fernandes

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Qualidade do ar foi prejudicada

Quem acordou cedinho pôde ver um lindo amanhecer avermelhado na Capital paulista, mas a situação foi mudando durante a manhã do sábado (27) e vamos entender o porquê!

 

Ao contrário da cidade de São Paulo, o município de Guarulhos amanheceu com uma névoa,  que foi ficando cada vez mais densa durante as primeiras horas da manhã do sábado. Às 05h00, a névoa limitava a visibilidade no aeroporto internacional de Guarulhos para 3000 m, enquanto às 7h, a visibilidade ficou restrita a apenas 500 m. Entre às 06h e 07h, uma névoa começava a se formar sobre a cidade de São Paulo, limitando a visibilidade nos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte. Além disso, o vento estava soprando do mar, trazendo ainda mais umidade para a região metropolitana, alimentando as condições para a formação e manutenção da névoa/nevoeiro.

 

A névoa/nevoeiro que se formou sobre a região metropolitana, começou a se dissipar no finalzinho da manhã e esteve associada a um fenômeno que ficará bem mais comum nesta época do ano! É a tal da "Inversão térmica".

 

Em situações normais, a superfície terrestre é aquecida pela radiação solar, que por sua vez, "repassa" este este calor para as demais camadas de ar,  aquecendo assim a atmosfera. Desta forma, a temperatura vai diminuindo com a altura. Em contrapartida, quando ocorre a inversão térmica, o ar das camadas superiores da atmosfera se torna mais quente em relação ao ar em superfície, o que acaba inibindo o movimento vertical do ar - lembrando que o ar quente(frio) é mais leve(denso) - e tornando a atmosfera mais estável. Uma espécie de "tampa" é formada na baixa atmosfera, favorecendo a concentração de poluentes e contribuindo para a formação de nevoeiros.

 

Às 10h diversas áreas da região metropolitana apresentavam a qualidade do ar moderada, como é possível verificar na imagem da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).

 

Na imagem a seguir, do aeroporto Campo de Marte, localizado na zona norte da cidade, vemos a inversão térmica através da radiossondagem. 

 

A área demarcada representa a variação da temperatura com a altura. A partir de determinado momento, a temperatura começa a subir - ao invés de decair - atingindo uma temperatura em 900 hPa maior do que em superfície. Neste mesmo horário, 09h da manhã, o aeroporto reportava a formação de uma névoa, que restringia a visibilidade a apenas 2500 m.

 

Nos meses de Inverno, este fenômeno é cada vez mais comum, pois o ar seco predomina inibindo a formação de nuvens de chuva e garantindo dias de tempo aberto, com temperaturas baixas durante a madrugada/manhã. Com a falta de chuvas e ventos mais calmos, há um aumento na concentração de poluentes, que somado a todos os outros fatores já explicados anteriormente, propiciam à ocorrência da inversão térmica.

 

 

 

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