Conheça a polêmica dos jardins verticais da Avenida 23 de Maio

05/07/2017 às 14:35
por Maira Di Giaimo

Atualizado 06/07/2017 às 10:27

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O Foco Ambiental foi investigar o corredor verde da 23 de Maio, em São Paulo

 

Poluição, barulho, trânsito... Essa é a Avenida 23 de Maio, em São Paulo. As mais de duas milhões de pessoas que passam por lá todos os dias já começaram a reparar na construção dos jardins verticais. No total, serão mais de 10 mil m² de área verde nos muros da avenida. Só que toda essa instalação, está gerando muita polêmica. Dá uma olhada!

Uma construtora derrubou uma floresta de Mata Atlântica de 856 árvores para construir um condomínio na zona sul de São Paulo. Como forma de compensação ambiental, a empresa teria que plantar 26 mil árvores. Porém, a gestão Haddad trocou o plantio dessas árvores pela instalação de 14 mil m² de jardins verticais no minhocão. Cinco prédios da região receberam instalações. No entanto, na gestão Dória, os demais painéis previstos, que representam mais de 10 mil m² de área verde, foram transferidos para os muros da Avenida 23 de maio e vão formar o corredor verde. O problema é que, do ponto de vista ambiental, trocar árvores por jardins verticais pode não ser um bom negócio.

 

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“Os serviços ambientais prestados pelas árvores são muito maiores do que os serviços ambientais prestados por uma parede verde. Uma figueira brava é igual a 750 m² de parede verde no que se refere à biomassa vegetal e consequentes serviços ambientais”, explica o botânico Ricardo Cardim. Além disso, o custo de plantar árvores é muito menor. Uma figueira brava custa 400 reais. Uma parede verde de 750 m² custa cerca de 600 mil reais, sendo que cada metro quadrado custa cerca de 800 reais.

 

Fonte: shutterstock.com

 

Vantagens do jardim vertical 

 

Os jardins verticais também trazem benefícios para a cidade. "O corredor verde da 23 de Maio impacta a vida de duas milhões de pessoas que passam aqui diariamente", comenta a Diretora de Operações do Movimento 90°, responsável pela instalação dos jardins verticais do Minhocão e pelo corredor verde, "além do benefício estético e paisagístico, que traz conforto para os olhos e também diminui a arritmia cardíaca, o jardim vertical diminui a temperatura do ambiente em que ele está inserido, diminui o ruído e filtra o gás carbônico, da mesma forma que as árvores. Também é muito eficiente na filtragem de material particulado, que influencia diretamente nas doenças respiratórias e na saúde das pessoas. É importante ressaltar que ele é uma medida complementar a árvore. Tem espaço para todo mundo na cidade. Os benefícios dos dois são sentidos por todos.

 

Para finalizar, Cardim complementa. “Não se trata de uma cruzada contra as paredes verdes. Elas têm que ser encaradas como um custo para a iniciativa privada e nunca para o poder público, ainda mais na realidade brasileira”.

 

E você? O que acha da instalação do corredor verde na avenida 23 de maio? Deixe sua opinião nos comentários e até o próximo Foco Ambiental.

 

Veja a matéria que estreou o Foco Ambiental e conheça a casa que não paga conta luz! 

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