Mesmo sem El Niño, 2017 poderá ser o segundo ano mais quente da história

22/09/2017 às 11:15
por Redação

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Aumento gradual da temperatura do planeta reduziu a camada de gelo do Ártico em 24,3% e acrescentou energia a furacões como Irma e Maria

Por Observatório do Clima

 

A Agência Americana de Oceanos e Atmosfera, a NOAA, acaba de divulgar os dados sobre a temperatura do mês passado: terceiro agosto mais quente da história, superado apenas pelos dois últimos anos. O trimestre que inclui junho, julho e agosto segue a mesma tendência: terceira maior média da série histórica, menor apenas que 2015 e 2016. Nesse ritmo de aquecimento, segundo a NOAA, 2017 pode vir a ser o segundo ano mais quente da história, mesmo sem a presença de fenômenos climáticos como o El Niño.

 

Em números absolutos, a temperatura global da superfície da Terra e do oceano foi 0,83°C acima da média do século XX, de 15,6°C; e atrás apenas de 2016 (0,9°C) e 2015 (0,88°C). Se isolarmos apenas a temperatura da superfície da Terra, o ganho foi de 1,17°C em relação à média do século XX, de 13,8°C; o que significa a segunda maior temperatura global de um agosto desde que os registros começaram em 1880, superada apenas por agosto do ano passado.

 

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Fonte: Shutterstock

 

Regionalmente, cinco dos seis continentes tiveram aumento da temperatura em agosto, com a África liderando o ranking, registrando a segunda maior temperatura para agosto desde 1910 e a América do Sul, a Ásia e a Europa registrando o terceiro agosto mais quente. A NOAA também monitorou a camada de gelo no mar do Ártico, 24,3% abaixo da média de 1981-2010 para o mês de agosto.

 

Furacões como o Irma, que atingiu o Caribe e a costa leste dos EUA, podem se tornar ainda mais intensos com o aumento da temperatura na superfície dos oceanos. Nos próximos dias, o furacão Maria, segunda grande tempestade a atingir o Caribe apenas neste mês, deve acrescentar novos estragos às Ilhas Virgens e a Porto Rico.