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Os incêndios de outubro de 2017 na Califórnia estão sendo considerados os mais destruidores da história do estado. Informações de agências de notícias internacionais afirmaram que bairros inteiros da cidade de Santa Rosa, ao norte de São Francisco, foram completamente destruídos pelas chamas. Esta foi uma das regiões com incêndios mais severos. Milhares de pessoas em diversas áreas da Califórnia deixaram suas casas por causa dos incêndios e muitas foram queimadas. Com a diminuição da força dos ventos, mais da metade dos incêndios haviam sido controlados na segunda-feira, 16 de outubro.
A sequência de imagens de satélite mostra a evolução dos focos do fogo em vários locais da Califórnia. Os focos de fogo são os pontos vermelhos. Em vários deles é possível ver densas plumas de fumaça. Na última imagem, do dia 17 de outubro, apesar da grande quantidade de nuvens, dá para perceber que a quantidade de focos de fogo diminuiu sobre a região de Santa Rosa.
Focos de fogo na Califórnia 4/10/17 (Terra/Modis-NASA)
Focos de fogo na Califórnia 9/10/17 (Terra/Modis-NASA)
Focos de fogo na Califórnia 13/10/17 (Terra/Modis-NASA)
Focos de fogo na Califórnia 17/10/17 (Terra/Modis-NASA)
Por que ocorrem incêndios na Califórnia?
Os incêndios na vegetação do estado da Califórnia (Estados Unidos) são recorrentes. Ocorrem todos os anos, com maior ou menor gravidade em diferentes locais. Pouca chuva e ventos fortes sazonais são os principais fatores que explicam estes grandes incêndios.
A porção central e sul da Califórnia têm médias anuais de chuva bastante baixas, comparáveis ao semi-árido da Região Nordeste do Brasil. Em São Francisco, a média anual de chuva fica entre 500 e 600 mm. Em Los Angeles, a média anual de chuva é ainda menor, em torno de 370 mm.
Com pouca chuva, a vegetação passa longos períodos secos e fica mais vulnerável ao fogo.
Porém, a Califórnia vem tendo períodos chuvosos ruins há pelo menos uma década. A ação de uma circulação de ventos sazonal, especialmente entre setembro e novembro, é determinante na intensificação e alastramento dos incêndios.
No sul da Califórnia, o vento que detona o fogo é conhecido como vento de Santa Ana. Em determinadas condições meteorológicas, o vento que sopra do continente para o mar, é acelerado ao descer as montanhas de San Gabriel, ao norte de Los Angeles, que tem picos de mais de 2 mil metros. O ar que desce as montanhas chega sobre a Califórnia aquecido e muito seco. Este ar que desce as encostas é aquecido pelo processo físico natural de aquecimento adiabático (aumento de aproximadamente 1°C a cada 100 metros) e detona os incêndios. O vento que desce as montanhas é forte e ajuda a espalhar o fogo. O vento de Santa Ana e é gerado por um sistema de alta pressão atmosférica que se posiciona especialmente sobre o estado de Nevada, vizinho da Califórnia. Porém, entre os dois existe uma grande cadeia de montanhas, a Serra Nevada.
Sistema de alta pressão atmosférica que gera o vento de Santa Ana
Em análise publicada no Earth Observatory, da NASA, em 9/10/2017, o Climatologista William Patzert, do JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA comentou sobre o papel do ser humano nos incêndios: "Os incêndios entraram em erupção em áreas onde as regiões selvagens estavam em desenvolvimento urbano. Os californianos construíram em corredores de fogo históricos."