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A poluição é um mal silencioso que atinge muitas áreas do país, provocando doenças e até mortes. No entanto, apenas 1,7% das cidades monitora a qualidade do ar, de acordo com relatório publicado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, em 2014. Para resolver esse problema, o Foco Ambiental foi conhecer uma nova tecnologia de monitoramento, que incentiva a participação de todos.
Erick Kill, doutorando na Faculdade de Medicina da USP, está desenvolvendo um projeto que visa medir, através de sensores devidamente calibrados, o índice de alguns poluentes em tempo real. Os sensores são posicionados em bicicletas e conseguem captar a poluição no percurso do ciclista. As informações serão enviadas para um aplicativo, futuramente disponibilizado à população.
A tecnologia não pode ser comparada com uma estação da CETESB, por exemplo, que possui dezenas de equipamentos complexos e importados que medem precisamente o índice de determinados poluentes como ozônio, material particulado, monóxido de carbono, entre outros, em relação aos padrões determinados pela OMS. No entanto, mesmo não tendo a mesma precisão, o monitoramento com esses sensores de baixo custo pode ser extremamente útil para cobrir áreas onde não existem estações completas, para medir a exposição pessoal aos poluentes de acordo com a rotina de cada indivíduo e, principalmente, para criar uma rede online de informações compartilhadas que conscientiza a população sobre o ar que respiramos, de forma que a busca por soluções passe a ser efetiva.
Foto: istock
“O primeiro benefício é a redução dos custos, já que as estações tradicionais da rede monitoramento são bastante caras”, explica Kill, “e atender de fato a questão das cidades inteligentes e internet das coisas. Ou seja, eu posso conectar essas estações em qualquer rede de comunicação e posso disponibilizar esses dados em tempo real na internet”.
O patologista, Dr. Paulo Saldiva, diretor do Instituto de estudos avançados da USP (IEA), professor da FMUSP e orientador do doutorado do Erick, complementa:
“O fato de você ter indicadores móveis, que possam eventualmente construir mapas da poluição na cidade de São Paulo quase que em tempo real e com isso, ajudar as pessoas a tomarem certas precauções no futuro de uma forma participativa como cidadão, para mim, ele combina então uma série de conteúdos que se sintetizam por uma coisa que você podia falar… é um negócio do bem!”.