A secura do Brasil depois do frio

24/05/2018 às 23:15
por Josélia Pegorim

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O ar muito seco deixa a atmosfera mais "transparente" permitido que os satélites meteorológicos façam imagens mais detalhadas da superfície.

A grande e forte massa de ar frio de origem polar que passou sobre o Brasil entre os dias 19 e 22 de maio de 2018 causou uma acentuada queda da temperatura nas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e também nos estados de Rondônia, Acre e no sul do Amazonas. Durante a passagem desta massa polar, todas as capitais destas Regiões e estados estabeleceram novos recordes de menor temperatura em 2018.


Uma das características do outono/inverno no Brasil é a baixa umidade do ar pelo interior do país. O ar seco é consequência direta da sucessiva passagem destas massas de ar frio. O ar polar é naturalmente seco e toda vez que passa sobre um lugar causa a redução da umidade no ar, juntamente com a queda da temperatura.



No período de atuação desta forte massa de ar polar, a menor temperatura foi no dia 22 de maio: 2,5°C negativos em Urupema, na parte mais elevada na serra de Santa Catarina, pela medição do Epagri-Ciram.

O menor nível de umidade no ar, pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia, também foi no dia 22 de maio: 13% em Costa Rica, no norte de Mato Grosso do Sul.

 

A secura e o frio vistos pelas imagens de satélite

Quando uma porção de ar está muito seca, isto significa também que está com pouco vapor d´água. A umidade atmosférica é capaz de absorver a radiação de onda longa (quente), chamada tecnicamente de infra-vermelha, que é emitida da superfície para o espaço. É esta radiação infra-vermelha que sensores dos satélites meteorológicos conseguem “entender”. Cada intensidade de radiação infra-vermelha é associada a uma temperatura e assim, os satélites identificam as diferentes camadas de nuvens, a chuva e o solo.

 

Quando o ar está muito seco, poucas nuvens se formam e mais radiação infra-vermelha consegue chegar aos sensores dos satélites que estão no espaço, ao redor da Terra. É como se o ar seco deixasse a atmosfera mais “transparente” e assim, os sensores conseguem “ver” a superfície com mais nitidez.

 

É quando o ar fica muito seco que os meteorologistas têm a oportunidade de apreciar imagens muito especiais captadas por satélites meteorológicos, com um detalhamento perfeito do contorno dos rios, lagos e represas e de cadeia de montanhas.

 

As imagens a seguir foram captadas pelo satélite GOES 16, entre 19h30 e 20h30, pelo horário de Brasília, de 22 de maio de 2018. No Sudeste, no Centro-Oeste e no Sul do Brasil, e também no Uruguai, Paraguai e Argentina, a temperatura do ar pouco acima da superfície estava, de forma geral, mais baixa do que a temperatura da água dos rios, de lagos e do mar. Assim, os corpos d´água aparecem em tons escuros de cinza ou em preto. As marcações em amarelo destacam os principais corpos d´água.

 

Represas e rios em SP

 

Rios em SP vistos por satélite meteorológico em 22/5/18



Represas em SP vistos por satélite meteorológico em 22/5/18

 

Lagoas e Serra dos Órgãos no RJ

 

Lagoas do RJ vistas por satélite meteorológico em 22/5/18

 

Rios e lagos em MG

 

Lagos e rios em MG visto por satélite em 22/5/18

 

 

Rios da bacia do rio Paraná

 

Rios da bacia do rio Paraná vistos por satélite em 22/5/18

 

 

Lagos e rios do Centro-Oeste

 

Lagos e rios no Centro-Oeste visto por satélite em 22/5/18

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