Navegue por uma categoria
Categorias
04/09/2018 às 16:08
por Josélia Pegorim
Atualizado 04/09/2018 às 16:31
Chuva, sol, vento, nuvens claras, nuvens escuras, tudo junto, misturado, ao mesmo tempo, em diversos locais. Estas eram as condições do tempo na cidade de São Paulo observadas entre o começo da manhã e o começo da tarde de 4 de setembro. Com tanta diversidade, e mudanças repentinas, as pessoas logo batizaram o tempo de “maluco”. A maluquice do tempo tem pai e atende pelo nome de ciclone extratropical.
O grande ciclone extratropical que se formou ontem sobre o Sul do Brasil foi para o mar e nesta terça-feira,4 de setembro, e seu centro podia ser observado ao largo do litoral de Santa Catarina. Mas a circulação dos ventos deste ciclone influenciava o Sul do Brasil, São Paulo e também parte de Minas Gerais e do Rio De Janeiro.
Um ciclone extratropical é uma área de baixa pressão atmosférica e circulação gerada por um sistema como este, no Hemisfério Sul, é no sentido horário. Dependendo da posição do ciclone em relação ao continente, o vento leva ar úmido do mar para o continente, o que estimula a formação de muitas nuvens. Esta infiltração de umidade ocorre em diversos níveis atmosféricos e faz a bandas de nuvens que se forma fazem o movimento horário, acompanhando o giro dos ventos da baixa pressão atmosférica do ciclone extratropical. Mas ao mesmo tempo que ocorre a infiltração de umidade do ciclone, tem ar seco de origem polar avançando do interior do continente para o interior de São Paulo, o que faz a umidade diminuir pelo interior do estado e também causa queda da temperatura em todas as regiões paulistas.
Na animação das imagens captadas pelo satélite GOES 16, no modo visível, as manchas cinzas representam nuvens e o tom preto indica áreas com ar seco, onde se tem pouca ou nenhuma nebulosidade. Repare como as bandas de nuvens giram no sentido horário.
O resultado destas duas circulações antagônicas (ar seco entrando pelo continente e ar úmido entrando do mar) foi a bagunça de tempo que se viu na Grande São Paulo e em outros locais do estado. Por causa da circulação do ciclone extratropical, em alguns momentos bandas de nuvens de chuva passaram sobre a cidade, em outros uma porção de ar mais seco.
Entre 13h e 15h, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou quase 15 mm na região do Mirante de Santana, na zona norte da capital. O Centro de Gerenciamento de Emergências registrou 14,5 mm na Lapa, 13,5 mm na Sé e 10,2 mm no Butantã. Em outros locais da cidade choveu menos de 10 mm neste período.
O tempo ciclônico é mesmo uma bagunça e que dá muita dor de cabeça para os meteorologistas. A presença de um ciclone extratropical dificulta a previsão justamente por causa desta rápida variabilidade de situações meteorológicas que podem ocorrer em poucas horas.
Nas próximas 24 horas, a circulação de ventos sobre estado de São Paulo muda completamente. O ciclone extratropical que bagunçou o tempo se afasta em alto-mar nesta quarta-feira, 5 de setembro, e o ar seco de origem polar se espalha pelo estado e volta a predominar.
Os mapas mostram a projeção da circulação dos ventos em aproximadamente 1500 metros de altitude para 9 horas do dia 4 e do 5 de setembro de 2018. Veja como a circulação do vento, indicada pelas setas azuis, muda totalmente de um dia para outro.
A entrada do ar frio e seco de origem polar dissipa praticamente toda a nebulosidade e a maioria das áreas do estado de São Paulo vão ficar ensolaradas nesta quarta-feira. Mas o leste do estado, onde estão a Grande São Paulo, o Vale do Paraíba e o Vale do Ribeira ainda vão ter muita umidade. Isto vai manter estas áreas com muitas nuvens, mas com períodos de sol. Pode garoar de manhã. O litoral ainda tem chuva e períodos com sol, mas o afastamento do ciclone extratropical faz o vento diminuir.
O ar frio de origem polar deixa noite e o começo da manhã bastante frios em São Paulo. Grande parte do estado, incluindo a região da capital, amanhece com temperatura em torno e abaixo dos 10°C.
A quinta-feira também amanhece fria em todo o estado, mas a tarde já será com calor. A cidade de São Paulo pode registrar a menor temperatura do ano. O recorde atual é de 9,1°C, no dia 13 de julho.
As mais baixas temperaturas registradas em São Paulo no dia 4 de setembro ocorrem no norte do estado, onde o ar frio polar e seco chegou primeiro. O INMET registrou 8,4°C em Franca, 6,4°C em Ituverava e em Ariranha, 9,5 °C em Bebedouro.
Foto de Doni Teixeira, Jacareí (SP)
NOTÍCIAS DOS USUÁRIOS
por FLÁVIO SANTOS
26/04/24 às 02:20
por Roberto Meira
26/04/24 às 02:20
CIDADES RELACIONADAS
20°
min
30°
max
0mm / 0%
21°
min
30°
max
3mm / 60%