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Chuva de outubro ficou muito acima da média em Santa Catarina

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Foto de Fabiana Dagistun, Içara (SC)

5 min de leitura

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A Região Sul do Brasil teve um outubro bastante chuvoso. Volumes de chuva entre 200 e 300 mm foram registrados em muitas áreas da Região, mas em alguns locais de choveu de 400 a 500 mm. Para os padrões médios de chuva de outubro, volumes da ordem de 200 a 250 mm representam mais chuva acima da média em praticamente toda a Região. 

 

Outubro é normalmente um mês de temporais no Sul do Brasil e a ocorrência de granizo e ventania é comum. É época propícia também para formação de tornados. Mas outubro de 2018 foi atípico na Região Sul e choveu muito mais do que o normal. Pela medição automática do Instituto Nacional de Meteorologia, durante o mês de outubro de 2018 choveu aproximadamente 419 mm em Foz do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, 419 mm em Xanxerê, no oeste de Santa Catarina e 318 mm em Frederico Westphalen, no noroeste do Rio Grande do Sul.

 

O levantamento do Epagri-Ciram, órgão de monitoramento meteorológico, agrícola e ambiental do governo de Santa Catarina, mostrou choveu mais de 300 mm em alguns municípios do Oeste, Meio-Oeste, Planalto Norte, Vale do Itajaí e Litoral Norte catarinense, sendo que a média Climatológica de chuva nestas regiões varia de 150 a 250 mm.

No Oeste de Santa Catarina, pela análise do Epagri-Ciram, choveu em torno de 100 mm a mais do que a média normal para um mês de outubro. Na regiões do Planalto Norte e Litoral Norte choveu mais que o dobro da média. No Litoral Norte, em Schroeder e Joinville, o acumulado de chuva em outubro de 2018 se aproximou dos 500 mm, sendo que a média normal para o mês fica entre 150 e 170 mm.

Em muitas regiões do Planalto Sul, Litoral Sul e da Grande Florianópolis o total de chuva em outubro variou de 60 a 200 mm. Em alguns locais do Litoral Sul choveu mais de 200. Em todas essas regiões, a média de chuva para outubro fica entre 110 e 170 mm.

 

Por que choveu tanto em outubro?

O excesso de chuva sobre o Sul do Brasil em outubro de 2018 é explicado pela passagem de seis frentes frias pelo litoral da região e influência das áreas de instabilidade de sistemas de baixa pressão que se formaram entre a Argentina e o sul do Paraguai e avançaram para o Sul do Brasil. Estas áreas de instabilidade vindas do Paraguai provocaram chuva particularmente volumosa e prolongada no oeste dos estados da Região Sul, no sul do Paraná, norte do Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul.

 

El Niño em formação

Esta persistência de instabilidade sobre o Sul do Brasil em outubro de 2018 está também associada às mudanças na circulação dos ventos que está ocorrendo sobre a América do Sul provocadas pelo processo de formação de um novo El Niño. O fenômeno deve estar completamente configurado no começo de dezembro de 2018, mas o aquecimento acima do normal que já está sendo observado na água do oceano Pacífico Equatorial, na altura da costa do Peru, já está alterando a circulação dos ventos e forçando esta concentração de instabilidade entre o Sul do Brasil, o Paraguai e o norte da Argentina.

Excesso de chuva sobre a Região Sul do Brasil é um dos efeitos clássicos do fenômeno El Niño.

 

Menos calor do que o normal

O grande número de dias com muita nebulosidade fez com que o Sul do Brasil tivesse poucos dias de calor em outubro, mês em que normalmente já é comum a região ter tardes bem quentes.

 

Foto de Fabiana Dagostin, Içara (SC)

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