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São Paulo vive um dos meses mais quentes em 76 anos

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Foto de Sandro Sabião, São Paulo (SP)

7 min de leitura

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Em 76 anos de medições de temperatura na estação meteorológica do Mirante de Santana, a maior média mensal de temperatura máxima calculada pelo Instituto Nacional de Meteorologia foi de 31,9°C, em janeiro de 2014. Se janeiro de 2019 terminasse no dia 24 também teria média de temperatura máxima de 31,9°C.



Este valor deve diminuir em alguns décimos até o fim do mês porque nos dias 25 e 26 de janeiro, a temperatura máxima na capital paulista deve ficar um pouco abaixo dos 30°C. O que vai fazer a temperatura baixar nestes dois dias é a formação de grandes áreas de nuvens que devem deixar a cidade mais nublada e chuvosa, e portanto, com menos horas sol forte.

Mesmo assim, janeiro de 2019 já pode ser considerado um mês histórico e muito provavelmente vai entrar para lista dos cinco meses mais quentes já registrados na cidade de São Paulo desde 1943.

 

 

Projeções

De acordo com as medições do INMET, a média das temperaturas máximas no Mirante de Santana registradas de 1 a 24 de janeiro foi de 31,9°C, que iguala o recorde histórico de mês de quente em 76 anos, que é de janeiro de 2014.

Considerando temperaturas entre 27°C e 29°C nos dias 25 e 26 de janeiro e valores de 31°C a 33°C nos dias 27, 28, 29, 30 e 31 de janeiro, a média das temperaturas máximas seria algum valor de 31,9°C a 31,5°C.

 

Mês termina acima dos 30°C

Janeiro de 2019 só vai sair da lista dos cinco meses mais quentes já registrados na capital paulista, se a temperatura máxima em todos os dias até o fim do mês ficar em no máximo 30°C. Mas esta possibilidade é baixa.

 

A previsão da Climatempo é de que a temperatura máxima volte a passar dos 30°C a partir do dia 27 de janeiro, podendo a atingir marcas em torno dos 33°C nos últimos quatro dias do mês.

A partir do domingo,27, o mesmo sistema de alta pressão atmosférica que vem deixando São Paulo com menos nuvens e menos chuva do que seria o normal para um janeiro, ganha força de novo sobre a Região Sudeste e vai fazer com que a nebulosidade e a chuva diminuam novamente na região da cidade de São Paulo. Com menos nuvens no céu, o sol de janeiro vai queimar forte de novo e o mês deve terminar fervendo.



 

Foto de Sandro Sabião, São Paulo (SP)

 

 

Calor de dia e de noite

O calor que o paulistano vem sentindo desde o início de janeiro de 2019 não é comum. Tem feito calor na madrugada, de manhã, de tarde e de noite. E nem as eventuais pancadas de chuva estão refrescando muito. A brisa marítima, aquele ventinho fresco tradicional da cidade do fim da tarde também sumiu.

 

Pelos registros do Instituto Nacional de Meteorologia na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista, em 24 dias a temperatura mínima da madrugada baixou de 20°C apenas três vezes e a temperatura máxima da tarde ficou abaixo dos 30°C somente em três dias.

A maior temperatura de janeiro, e do ano de 2019, até agora foi de 34,4°C no dia 9. A maior temperatura da madrugada foi de 24,7°C, no dia 8, e está entre as cinco mais elevadas para a madrugada pelo menos desde 1961.



Temperaturas em São Paulo (SP) em janeiro de 2019

 

 

5 maiores médias de temperatura máxima mensal

Mirante de Santana no período de 1943 a 2019

 

 

31,9°C
janeiro  2014
31,9°C
janeiro 2019 (até dia 24)
31,8°C
fevereiro 2014
31,7°C
fevereiro  1984
31,6°C
fevereiro  2003
31,5°C
janeiro 2015



5 tardes mais quentes

maiores temperaturas máximas registradas no Mirante de Santana de 1943 a 2019

 

 

37,8°C
17/10/2014
37,0°C
20/01/1999
36,7°C
19/01/1999
36,7°C
21/01/1999
36,6°C
31/10/2012

 

Como explicar tanto calor?

O calor intenso e persistente que se sente em São Paulo neste janeiro de 2019 é resultado de uma combinação de fatores. Ainda que um novo episódio do fenômeno El Niño esteja quase configurado, desta vez não pode ser tecnicamente culpado pelo calorão paulistano.

A situação atual é parecida com a que foi observada no verão de 2014, quando uma circulação de ventos atípica predominou por mais de 30 dias sobre o país mantendo as frentes frias afastadas do litoral paulista.

 

Em dezembro de 2018água do mar no meio do oceano Atlântico, ao largo da costa da Região Sudeste, estava mais fria do que o normal. Isto permitiu que o sistema de Alta Pressão Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) ficasse mais próximo do litoral da Região Sudeste em janeiro de 2019. Qualquer sistema de alta pressão atmosférica inibe a formação, a expansão e permanência das grandes áreas de instabilidade que provocam chuva generalizada. Menos nuvens, mais sol e mais calor!

 

 

 

Situação oceânica na América do Sul em janeiro de 2019

 

 

A presença do sistema de ASAS afasta as frentes frias. O ar frio de origem polar passa longe do litoral paulista e não consegue chegar a São Paulo. É o vento quente, que vem das regiões tropicais do país, que tem predominado sobre a capital paulista desde o início do ano.

 

Do outro lado do continente, na costa sul do Chile, a água do oceano Pacífico e está mais fria do que o normal. Esta é outra situação atípica que está desviando as frentes frias, que não conseguem avançar com força sobre a Argentina.

 

 

Até quando vai o calorão?

A previsão não é das mais animadoras. Até o momento, as simulações atmosféricas feitas em super computadores indicam uma alteração neste cenário só na segunda semana de fevereiro. Até lá, temperaturas acima do normal devem continuar sendo observadas na cidade de São Paulo.

Mesmo com a previsão da mudança dos ventos na segunda semana de fevereiro, este mês também deve ser de calor e com menos chuva do que a média.

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