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O fenômeno El Niño vem influenciando o Clima no Brasil desde o verão de 2019 e sua influência ainda será sentida nos meses de inverno. A estação começa oficialmente no Hemisfério Sul no dia 21 de junho, às 12h54, pelo horário de Brasília.
Um dos efeitos do El Niño, que é o aquecimento acima do normal da porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial, na altura da costa do Peru, é dificultar a entrada do ar frio de origem polar sobre o interior do Brasil.
Durante o inverno de 2019, quase todas as ondas de frio vão ser desviadas para o oceano. Com poucas incursões de ar frio pelo interior do país, o inverno de 2019 terá poucos dias com frio intenso e deve terminar com temperaturas acima da média. O que vai predominar é a sensação de outono, com tardes relativamente quentes e noites amenas, eventualmente frias no Sul, no Sudeste e em parte do Centro-Oeste.
Esse “calor”, com dias mais quentes, ou menos frios do que normalmente se teria na estação deve ser sentido na maior parte do inverno nos estados do Sul e do Sudeste e também no estado de Mato Grosso do Sul que, durante a estação, pode sentir fortes resfriamentos provocados pela passagem do ar polar.
Frio de um mês só
De todos os meses do inverno, julho será o mês com maior chance de termos sequências de 4 a 7 dias realmente frios no centro-sul do Brasil.
Durante o mês de julho devem passar 2 grandes frentes frias sobre o Brasil, com massas de ar frio fortes e que devem conseguir avançar pelo interior do país, provocando friagem nos estados de Rondônia e do Acre e causando algum resfriamento até no Distrito Federal e em áreas da Bahia.
Geada
É justamente o frio de julho que tem potencial para provocar geada nos três estados da Região Sul e até algum risco para áreas de Mato Grosso do Sul, de São Paulo e para o Sul de Minas Gerais.
Mesmo assim, o risco de geada forte é considerado apenas para áreas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e para o sul do Paraná. Os eventos que ocorrerem nas outras áreas do Paraná, em São Paulo, em Mato Grosso do Sul ou no Sul de Minas não devem oferecer risco para a agricultura.
Temperatura em agosto e em setembro
Os meses de agosto e setembro devem ser com pouco frio ou quase sem resfriamento intenso. A previsão é de que os dois meses transcorram com dias com tardes relativamente quentes e frio ameno à noite no centro-sul do país.
Foto de Marilia Sutil, Urupema (SC) - Ag. São Joaquim Online em 10/6/2017
Chuva do inverno de 2019
Os meses de inverno são normalmente de sol e pouca chuva por quase todo o Brasil. No primeiro mês da estação, a chuva ainda é frequente no litoral leste do Nordeste. Com a atmosfera seca e resfriada, já não se tem a formação das nuvens carregadas que provocam pancadas de chuva de fim da tarde, típicas de dias quentes e úmidos do verão. Este tipo de chuva ainda ocorre só no extremo norte do Brasil.
A chuva do inverno em áreas do Sul, do Sudeste e no Centro-Oeste depende basicamente da passagem das frentes frias. Mas com a influência do El Niño no inverno de 2019, as frentes frias terão dificuldade em avançar pelo interior do país.
Confira a tendência da chuva no inverno de 2019 em cada Região do Brasil
Região Sul
O inverno começa úmido na maior parte da Região Sul. A existência do El Niño, mesmo que fraco, contribui para ocorrência de áreas de instabilidade frequentes no mês de julho. As condições para chuva diminuem em agosto e a chuva será menos frequente. Este mês deve terminar com chuva abaixo da média. Em setembro, a chuva retorna sobre o Sul e voltam os temporais nos três estados.
Região Sudeste
Normalmente o inverno é uma estação de pouca chuva na Região Sudeste. O inverno de 2019 será predominantemente seco no Sudeste e de forma geral, a estação deve terminar com chuva abaixo da média na maioria das áreas da Região.
Em julho, a passagem das frentes frias deve deixar alguma chuva no estado de São Paulo, no estado do Rio De Janeiro, no sul e leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. Mas a chuva que ocorrer será com pouco volume e por 1 a 2 dias. O mês de agosto tende a ser mais seco em toda o Sudeste. O raros episódios de chuva devem se concentrar em regiões próximas ao litoral. Em setembro o ar úmido volta a se espalhar e a chuva retorna, porém de maneira muito mal distribuída, atingindo principalmente São Paulo.
Região Centro - Oeste
O tempo seco predomina na maioria das áreas do Centro-Oeste durante todo o inverno de 2019. Vale lembrar que é muito comum não chover por várias semanas consecutivas na Região.
No mês de julho, a passagem de frentes frias e a formação de sistemas de baixa pressão atmosférica trazem pancadas de chuva para a maioria das áreas de Mato Grosso do Sul. Eventos de chuva forte podem ocorrer no sul deste estado.
Em agosto, o tempo muito seco predomina em toda a Região Centro-Oeste. Mas para setembro espera-se um aumento de umidade, de forma geral, que vai permitir a ocorrência de algumas pancadas de chuva sobre a maior parte da Região. Porém, a chuva que ocorrer será em pequenas áreas, mal distribuída e sem grandes volumes.
Região Nordeste
O fluxo de umidade marítima sobre o Nordeste continua forte durante o mês de julho permitindo a formação de mais áreas de instabilidade pela costa. Assim, eventos de chuva forte ainda devem ser esperados nas áreas litorâneas, especialmente na costa leste, atingindo todas as capitais. Embora menos frequentes, a costa norte ainda pode ter episódios de chuva forte. A umidade chega até o Agreste e mesmo o sertão pode ter dias de muita nebulosidade e chuva fraca.
Para o mês de agosto, a tendência é de enfraquecimento do acúmulo de umidade sobre o Nordeste. As condições para chuva diminuem e os períodos com sol e tempo seco aumentam.
Em setembro, a chance de chover será menor do que em agosto e o padrão seco predomina no Nordeste.
Região Norte
O inverno de 2019 deve ser com características típicas da estação na Região Norte do Brasil. É uma estação de pouca chuva e as áreas de instabilidade se concentram na porção norte da Região.
O tempo seco predomina no inverno deste ano por quase toda a Região Norte. Em julho e em agosto, as áreas de instabilidade se concentram no extremo norte e as pancadas de chuva ainda serão frequentes no norte do Amazonas, norte do Pará, em Roraima e no Amapá.
Setembro será um mês de menos eventos de chuva no extremo norte da Região e o tempo seco e quente vai predominar.
Como é comum no inverno, a grande redução da chuva aumenta o risco para queimadas pelo país.