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19/08/2019 às 21:32
por Josélia Pegorim
Atualizado 25/06/2020 às 18:38
Muitas pessoas se assustaram com a cor do céu desta segunda-feira, 19 de agosto, em diversos locais do estado de São Paulo. As estranhezas começaram pela manhã, mas no meio da tarde, parecia que o “mundo ia desabar” sobre a cidade de São Paulo, de tão escuro que o céu ficou.
Por que o céu ficou escuro ou com cor muito estranha no estado de São Paulo? A resposta está na combinação de fumaça e de muita umidade trazida por uma frente fria que chegou ao litoral paulista na segunda-feira, 19 de agosto.
Na região da cidade de São Paulo, o céu escureceu no meio da tarde por causa da densa camada de nuvens baixas e carregadas, em tons de cinza, e da forte névoa baixa que se formou e restringiu a visibilidade. Esta situação foi observada no leste do estado de São Paulo, onde estão a Grande São Paulo, o litoral e também no Vale do Ribeira e o Vale do Paraíba.
Foto de Nathaly Lobo, São Paulo (SP), por volta das 15 horas de 19/8/19
Pela manhã, antes destas nuvens escuras se formarem, foi possível ver o tom amarelado do céu por causa da fumaça misturada com a névoa. A fumaça deu alguma contribuição para dar aparência do céu mais escuro à tarde. Ela serviu de "aglutinador" da umidade e ajudou a formar mais gotículas de água e a escurecer a base da nuvem.
Foto de José Ramos, São Paulo (SP), por volta das 10 horas de 19/8/19
Na maioria das áreas do interior paulista, onde o aumento da umidade não foi tão intenso como no leste do estado, foi possível ver claramente o céu em tom amarelado, um cinza misturado com marrom indicando a presença da fumaça. O sol embaçado, literalmente enfumaçado, foi a maior prova da fumaça.
Foto de Dóris Palma, Agudos, (SP) por volta das 11h30 de 19/8/19
Foto de Mauricio José Libanio, Presidente Prudente (SP) em 19/8/19
A chegada da frente fria a São Paulo fez com que ventos marítimos voltassem a soprar sobre o estado. Isto fez com que a umidade aumentasse muito por todo o leste do estado, onde está a Grande São Paulo, formando as nuvens baixas e carregadas e uma densa névoa. Choveu fraco e garoou em diversas áreas da capital, mas algumas nuvens ficaram tão carregadas que até provocaram raios.
Foto de Santos Albuquerque, São Paulo (SP)
Em muitas áreas do interior paulista foi possível ver a redução da visibilidade no horizonte e a aparência do céu cinza-marrom ou amarelado-alaranjado por causa da fumaça que se espalhou por todo o estado de São Paulo.
A fumaça era de grandes focos de queimadas que há vários dias são observados sobre a Bolívia, em Rondônia, no Acre, no Paraguai e no norte da Argentina. O vento das camadas mais elevadas da atmosfera (entre 1000 metros e 5000 metros de altitude) mudou de direção com a passagem da frente fria fazendo com que a fumaça fosse direcionada para o estado de São Paulo, mas também para a região sul de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
No fim de semana, a direção do vento fez com que a fumaça fosse para o extremo sul do Brasil, atingindo principalmente o Rio Grande do Sul. Mas no domingo, 18, a mudança na direção do vento fez com que a fumaça já chegasse em grande quantidade ao Paraná. O céu do norte do Paraná ainda estava tomado por fumaça nesta segunda-feira.
Foto de Michael Poliseli, Arapongas (PR)
Nas imagens do satélite Terra/MODIS operado pela NASA é possível ver a camada de fumaça concentrada no extremo sul do Brasil no dia 17/8/19, avançando em direção ao Mato Grosso do Sul e Paraná em 18/8/19 e já passando sobre São Paulo no dia 19/8/19. Repare que a camada de fumaça também se espalhou sobre parte de Minas Gerais e do Rio De Janeiro.
Grande pluma de fumaça sai da Bolívia e Rondônia em direção ao Sul do Brasil em 17/8/19
Grande camada de fumaça se espalha sobre o Sul do Brasil e Mato Grosso do Sul em 18/8/19
Grande pluma de fumaça avança sobre o Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo em 19/8/19
Nas imagens captadas pelo satélite Terra/MODIS operado pela NASA é possível ver a nebulosidade e a fumaça, que não se confundem. As nuvens são mais densas, com volume, espessas e mais brancas. Já a fumaça aparece como um véu uniforme, em geral fino, com transparência. Em algumas áreas é possível ver a camada de fumaça sobre nuvens.
No leste de São Paulo, onde o nível de umidade no ar era muito maior do que nas outras áreas pelo interior do estado, uma densa camada de nuvens se formou. No interior paulista é possível ver a camada de fumaça.
Nuvens e fumaça sobre SP em 19/8/19 vistas por satélite meteorológico
Os paulistas viram no céu e sentiram no ar o que a população de estados como Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, do sul do Pará e Maranhão sentem por semanas consecutivas durante o inverno, especialmente no fim da estação, quando as queimadas se intensificam e se alastram pelo país. Não chove, o ar fica muito seco e quase sem nuvens, mas não se vê o azul do céu, só o amarelado da fumaça e o sol escondido por ela.
Tudo isto é comum nesta época nestes estados antes de recomeçar a chover, mas em 2019, o número de focos de fogo no Brasil é o maior em 5 anos.
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