Fumaça dos incêndios na Austrália dará volta ao mundo

14/01/2020 às 21:32
por Josélia Pegorim

Atualizado 14/01/2020 às 21:47

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Agência espacial dos EUA aponta que fuligem deve retornar ao país de origem depois de circundar o planeta.

 A agência espacial americana, Nasa, afirmou nesta terça-feira (14/01) que a nuvem de fumaça dos incêndios florestais na Austrália dará pelo menos uma volta ao mundo e retornará ao céu de seu país de origem.

De acordo com os cientistas, a fumaça chegou a 17,7 quilômetros de altitude, alcançado a estratosfera inferior. "Uma vez na estratosfera, a fumaça pode viajar milhares de quilômetros, afetando globalmente as condições atmosféricas", destacou a Nasa.

 

Com satélites, a agência está monitorando a nuvem de fumaça vinda da Austrália e disse que ela já viajou por metade do globo. Além de modificar a cor do céu por onde passa, a fuligem prejudica a qualidade do ar nas regiões atingidas. Na semana passada, ela chegou ao Chile, Argentina e no sul do Brasil.

 

A Nasa também identificou alterações na neve de montanhas na Nova Zelândia, que estão escuras devido ao fenômeno. A qualidade do ar no país também está com problemas severos.

Os incêndios que atingem a Austrália desde setembro já destruíram uma superfície maior do que o território da Irlanda, ou 11,8 milhões de hectares, provocando 28 mortes e destruindo mais de 3 mil residências.

 

Foto de Ana Hetem, Auckland, Nova Zelândia: céu com fumaça dos incêndios da Austrália

 

 

Nesta terça-feira, a qualidade do ar na segunda maior cidade australiana, Melbourne, se agravou devido ao aumento da fumaça provocado pelos incêndios no leste. Autoridades alertaram os moradores para evitar atividades ao ar livre. Os serviços meteorológicos anteciparam que a forte nuvem de poluição atmosférica se manterá pelo menos até à tarde de quarta-feira na região.

 

Além do impacto na saúde pública, a fumaça tem causado problemas adicionais para os bombeiros, devido aos falsos alarmes de incêndio causados pelo excesso de fumaça no ar.

O governo australiano disponibilizou reservistas do Exército para atuar nas áreas atingidas e anunciou fundos de 1,4 bilhão de dólares (5,68 bilhões de reais) a serem usados ao longo de dois anos como auxílio contra os danos resultantes dos incêndios.