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As temperaturas do Polo Sul subiram cerca de 1,8 grau Celsius nos últimos 30 anos. A taxa de aumento equivale a três vezes a média observada no restante do planeta no mesmo período, afirmaram cientistas em estudo publicado na revista especializada Nature Climate Change.
Os números divulgados nesta segunda-feira (29/06) derrubam um consenso científico geral de que o Polo Sul – por seu afastamento e extrema frieza em comparação com o resto da Antártida – poderia ser imune ao aquecimento global.
"Enquanto se sabia que as temperaturas vinham se aquecendo na Antártida Ocidental e na Península Antártica ao longo do século 20, o Polo Sul estava esfriando", disse Kyle Clem, pesquisador da Universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia, e principal autor do estudo.
"Suspeitava-se que esta parte da Antártida pudesse estar imune ao aquecimento. Descobrimos que esse não é mais o caso", acrescentou à agência de notícias AFP.
De acordo com a pesquisa, o Polo Sul – a região mais remota da Terra – tem se aquecido a uma taxa de cerca de 0,6 °C por década, em contraste com a média de 0,2°C no restante do planeta.
Até então, região era vista pela comunidade científica como possivelmente imune ao
aquecimento global
A elevação desproporcional, segundo os cientistas, parece ter sido provocada por temperaturas mais quentes da superfície do mar nos trópicos, que, por sua vez, teriam fortalecido os ciclones no Oceano Atlântico Sul, incentivando o ar quente e úmido a avançar mais do que o normal rumo à Antártida.
"Isso mostra quão intimamente ligado está o clima da Antártida à variabilidade tropical", disse Clem.
Apesar de reconhecer o papel importante do comportamento humano no aumento da temperatura, o cientista afirma ser difícil determinar quanto do aquecimento seria decorrente do aumento das emissões de gases de efeito estufa.
A contribuição humana, segundo o cientista, pode ser responsável por um aquecimento de cerca de 1 grau Celsius ao longo das três décadas.
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