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Nesta segunda quinzena do mês, o ar muito seco pelo interior nordestino colabora para o aumento do calor em praticamente toda a Região Nordeste. Com o sol forte, a temperatura naturalmente sobe. A umidade fica baixa em diversas localidades do interior do Piauí, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará. Nestas áreas, os índices de umidade ficam abaixo de 30%.
A segunda quinzena de Outubro começa com bastante calor e pouca chuva na maior parte do Nordeste. A chuva basicamente ficará concentrada na costa leste do Nordeste.
Nesta sexta-feira (16), grande parte da Região fica sob o domínio de uma forte massa de ar seco. Os termômetros sobem rápido nestes dias quentes. Em Teresina, pode passar dos 40ºC. Pelo menos até terça-feira, 20 de Outubro, grande parte do Nordeste segue com tempo firme e seco, altas temperaturas e baixos índices de umidade relativa do ar.
Chuva no litoral
Ao longo dos próximos cinco dias, os ventos úmidos que sopram do mar ajudam a formar algumas nuvens sobre a faixa leste do Nordeste. Até o domingo (18), entre o litoral sul da Bahia e do Rio Grande do Norte há condições para chuva.
Acompanhamento da seca
Conforme o mais recente mapa do Monitor de Secas, que é o acompanhamento regular e periódico da estiagem na área do semiárido brasileiro, em agosto de 2020, 67,79% do território nordestino apresentavam impactos negativos a curto ou longo prazo.
Praticamente, todos os estados nordestinos apresentaram em sua área algum nível de seca. O oeste da Bahia e o sul do Piauí apresentaram um percentual de 2,52% de seca moderada a grave. O restante dos estados juntos apresentaram 12,47% de seca moderada.
De acordo com relatório do Monitor de Secas, que é produzido de forma conjunta com instituições de pesquisas e possui a Agência Nacional de Águas (ANA) com instituição central, Agosto é um mês Climatologicamente seco nos estados que compõem o Mapa do Monitor, exceto no litoral leste do Nordeste. Em muitos desses locais, os valores climatológicos de precipitação são inferiores a 20 mm, como por exemplo no Piauí, centro-sul do Maranhão e no oeste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia.
Por outro lado, agosto destaca como o último mês do período chuvoso no litoral leste do Nordeste, na faixa que se estende desde o Rio Grande do Norte até a Bahia, com valores de precipitação mensal acima de 150 mm.
Vale lembrar que o O Monitor de Secas acompanha, mês a mês, como a seca está progredindo (melhorando ou piorando) em todos os estados do Nordeste, e produz um “mapa da seca”. Este mapa apresenta da forma mais fiel possível uma fotografia atual da situação de seca. O mapa do mês de setembro ainda não foi divulgado.
Resultados por estados Agosto de 2020
No mapa abaixo, elabora pela equipe monitor das secas em 18/09/2020, você observa as áreas que no mês de Agosto de 2020 registraram impacto da seca.
Alagoas
Em Alagoas, devido aos desvios negativos no mês de agosto, surgiu uma área de seca fraca (S0) no sul e leste do estado, onde os impactos são de curto prazo (C). Houve alteração nos impactos da seca fraca (S0) no Sertão, passando de longo prazo (L) para curto e longo prazo (CL).
Bahia
Na Bahia, as anomalias positivas de precipitação possibilitaram a diminuição da área de seca fraca no sul do estado. Houve modificação nos impactos da seca no extremo norte e oeste do estado, passando de longo prazo (L) para curto e longo prazo (CL). Na maior parte do estado, a seca permanece com impactos de longo prazo (L), com exceção do extremo sul, onde os impactos são de curto prazo (C).
Ceará
No Ceará, houve o surgimento de uma área de seca fraca (S0) no centro-sul, com impacto de curto prazo (C). Houve alteração do impacto da seca de longo (L) para curto e longo prazo (CL) na área central do estado.
Maranhão
No Maranhão, chuvas ligeiramente abaixo da média no mês de agosto e no último trimestre, provocaram a expansão das áreas de seca fraca (S0) para o sul e norte do estado, onde os impactos são de curto prazo (C). No centro do estado, os impactos são de curto e longo prazo (CL).
Paraíba
Na Paraíba, houve ligeira expansão da área de seca fraca (S0) no leste e intensificação da seca que passou de fraca (S0) para moderada (S1) na microrregião do Cariri, com impactos de curto e longo prazo (CL). Também houve surgimento de seca fraca com impactos de curto prazo no oeste, na divisa com o Ceará e Rio Grande do Norte.
Pernambuco
Em Pernambuco, houve expansão da área de seca fraca (S0) para o litoral norte e Agreste e surgimento de seca fraca (S0) no Sertão do estado, esta última com impactos de curto prazo (C). Houve mudanças nos impactos da seca no Sertão do São Francisco e no centro do estado que passaram de longo (L) para curto e longo prazo (CL). No leste, os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL).
Piauí
O Piauí, atravessando seu período normal de baixa pluviometria, praticamente não registrou chuvas no mês de agosto, bem como no último trimestre. Como consequência, houve uma expansão da seca fraca (S0) para o centro e oeste do estado. Não houve modificação nas áreas de seca moderada (S1) e grave (S2) no sul do estado. Os impactos são de curto e longo prazo (CL) no sul do estado e de curto prazo (C) nas demais áreas.
Rio Grande do Norte
No Rio Grande do Norte, surgiram áreas de seca fraca (S0), nas divisas com os estados do Ceará e da Paraíba (oeste e centro-sul), com impactos de curto prazo (C). A maior parte do estado permanece sem seca relativa, devido aos volumes de precipitação acima da média nos últimos meses.
Sergipe
Em Sergipe, ocorreu o surgimento de área de seca fraca (S0) no leste do estado, com impactos de curto prazo (C). Nas demais áreas com seca, houve mudança na linha de impacto, passando de longo (L) para curto e longo prazo (CL).
Resumo de descrição dos mapas
S0-S4: O Monitor de Secas possui uma legenda que identifica as áreas de secas classificadas pela intensidade, variando de S1 (seca menos intensa) até S4 (a mais intensa). S0 indica que são áreas com condições de umidade anormalmente baixa e estão secando e podem, possivelmente, virar áreas de secas.
C e L: Estas letras indicam como a seca e o déficit de umidade têm impactos sociais, ambientais ou econômicos ao longo do tempo:
C = Seca de Curto Prazo, normalmente atuando por 4 meses ou menos (ex. agricultura)
L = Seca de Longo Prazo, normalmente atuando por mais de 12 meses (ex. hidrológico e ecológico)
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Foto: João castro - Livramento de Nossa Senhora - BA