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Neste domingo, 08 de novembro de 2020, a presença de uma inversão térmica, que mantém a atmosfera bastante estável formando uma espécie de "tampa" na baixa atmosfera, foi um dos fatores responsáveis pela formação e manutenção de uma camada homogênea de nuvens sobre parte do estado do Rio De Janeiro, inclusive sobre a capital. O outro ingrediente fundamental para a formação da nebulosidade foi a presença de uma massa de ar mais frio sobre o oceano mais aquecido próximo à costa do estado. Essa situação favorece a saturação do ar, ou seja, chega-se ao máximo de vapor d'água que a atmosfera pode armazenar e começa a ocorrer a condensação, que vai originar as nuvens.
Os ventos de sul/sudeste soprando entre a Região da Costa Verde e a Região dos Lagos carregou toda a umidade para a costa, e nas imagens do canal visível do satélite GOES-16 era possível observar a presença de uma camada homogênea de nebulosidade sobre parte do centro-sul do estado do Rio de Janeiro:
Imagem de satélite GOES-16 - canal visível
A partir do perfil termodinâmico da atmosfera obtido por radiossondagem feita a partir do aeroporto do Galeão, a inversão térmica estava aproximadamente a uma altura de 700 metros, ou seja, a "tampa" da atmosfera estava a essa altitude. Se compararmos a imagem de satélite com o mapa físico do estado, é possível verificar que a nebulosidade permaneceu restrita às áreas do Rio de Janeiro que tem a altitude abaixo da inversão térmica e que estavam com os ventos soprando predominantemente de sul/sudeste durante o domingo.