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Desinformação via Facebook alimenta crise do clima, diz estudo

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por Cinthia Leone/ Instituto Climainfo

 

A organização Stop Funding Heat (Pare de Financiar o Aquecimento) afirma que o Facebook não tem uma política de combate à desinformação sobre o clima e permite que fake news sobre mudanças climáticas circulem livremente na plataforma. Segundo a instituição, o problema deve se agravar em 2021 se a rede social não agir, porque em novembro será realizada uma das mais disputadas Conferências do Clima da ONU dos últimos anos, a COP26. Em edições anteriores do evento, houve aumento na atuação de divulgadores profissionais de mentiras sobre clima nas redes sociais. 

 

 

Pesquisa sobre o Facebook


Para chegar a essas conclusões a organização realizou uma pesquisa de revisão da literatura. Nela, os autores analisaram mais de cem estudos acadêmicos, relatórios empíricos e investigações jornalísticas — a primeira revisão abrangente sobre como o Facebook trata desinformação sobre o clima

 

De acordo com a pesquisa, não há menção à desinformação climática nas Normas Comunitárias do Facebook, nem nas Normas Publicitárias. A desinformação climática também não é definida como conteúdo nocivo, ao contrário do conteúdo anti-vacinação, enquanto a mudança climática também está totalmente ausente no Conselho de Supervisão (Oversight Board) do Facebook. 


Segundo a organização, os resultados são ainda mais preocupantes quando observado em conjunto com outros estudos que apontam a inércia climática como extremamente perigosa. Eles citam como exemplo o relatório Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial para 2021, que afirma que o "fracasso da ação climática" é o risco mais impactante e o segundo risco mais provável a longo prazo enfrentado pela humanidade.

 

O especialista em marketing digital Sean Buchan, autor principal da pesquisa, disse que não é possível olhar para as evidências sem concluir que o Facebook não dá a mínima importância para o problema.

 

“Apesar da clara ameaça que a inação climática representa, a maior plataforma de mídia social do mundo continua lucrando com mentiras, negação e falsas soluções sobre a mudança climática”, afirma. “É o Facebook tocando violino enquanto o planeta arde. A empresa precisa demonstrar alinhamento com suas declarações públicas sobre o clima, e levar a sério as ameaças à COP26".

 

5 maiores mentiras sobre o aquecimento global

 

Mentira barata

 

As organizações que publicam informações errôneas sobre o clima estão aproveitando o acesso barato à  plataforma de publicidade do Facebook, afirma o relatório. O documento encontrou duas organizações que publicam repetidamente anúncios de negação da ciência do clima no Reino Unido. Essas publicações, que na maioria das vezes se disfarçam de notícias jornalísticas comuns, tinham como alvo o enfraquecimento das políticas e das soluções climáticas ou ataques a cientistas e ativistas. 

 

O relatório também indica fracasso sistemático do Programa de Verificação de Fatos de Terceiros (3PFCP) do Facebook para evitar a disseminação de informações errôneas sobre uma variedade de tópicos. A mudança climática é raramente analisada: a partir de registros disponíveis publicamente, o relatório encontra apenas seis verificações de fatos climáticos por mês, em comparação com os 4,75 bilhões de itens compartilhados pelos usuários do Facebook a cada dia.

 

Finalmente, o relatório expõe a inadequação do Centro de Informação Científica Climática (CSIC) do Facebook. Tocado como uma solução chave para combater a desinformação climática, o CSIC só foi implantado em 16 países em todo o mundo e não utiliza as melhores práticas para desmascarar as fake news

 

Cartilha digital da USP para combater fake news sobre mudanças climáticas

 

Os autores do estudo pedem ao Facebook que haja agora para evitar que a desinformação tenha um impacto severo nos resultados da conferência climática, COP26, que se realiza na cidade escocesa de Glasgow este ano.

 

O estudo completo está disponível em inglês aqui . 

 

Após o estudo, uma campanha online foi criada pela Stop Funding Heat. Saiba mais em https://twitter.com/stopfundingheat

 

 

 

 

 

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