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Foto: Temperatura da superfície do mar (TSM). Fonte: NOAA.
Desde meados de janeiro deste ano, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) já indicava a probabilidade de um novo evento de La Niña para a primavera e verão de 2021/22, fator responsável pela previsão de chuva abaixo da média em parte da região Sul neste período. De forma geral, é comum esse "repique" do La Niña após um evento tão duradouro expressivo quanto o registrado entre o inverno de 2020 e outono de 2021.
Desde então, a agência mantinha uma nova probabilidade de La Niña para a primavera e verão de 2021/22, mas a novidade de acordo com a última atualização é que o resfriamento prosseguirá além do verão e avançará ao longo do outono de 2022. De acordo com a NOAA, há 50% de chance de manutenção do fenômeno nesta estação, lembrando que existem três opções com 33% de chance cada um (El Niño, La Niña e neutralidade) e, portanto, 50% é mais que a metade de chance neste caso.
Gráfico indicando a probabilidade (%) de ocorrência do fenômeno La Niña (azul), El Niño (vermelho) ou neutralidade (cinza). Fonte: Climate Prediction Center (NOAA/CPC)
Espera-se um padrão típico do fenômeno no Brasil com chuva acima da média nas Regiões Norte e Nordeste e no norte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Por outro lado, a Região Sul e os Estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul receberão menos chuva que o normal com chance de algumas estiagens regionalizadas. A temperatura permanecerá próxima ou abaixo da média na maior parte do país, seja pela presença de massas de ar frio mais intensas ou pela chuva persistente. O calor acima do normal predominará apenas no leste do Nordeste e no Rio Grande do Sul.
Para os meses de outono de 2022, a persistência do La Niña também implicará em chuvas abaixo da média nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e na região Sul, com risco de estiagem mais prolongada.